25 de novembro de 2012

4K vs. 4K

Fiquei devendo aos leitores observações mais detalhadas sobre os novos TVs UHD que a Sony e a LG estão lançando no Brasil. Desde já, digo que todo mundo deve fazer um esforço para ver de perto esses aparelhos. Sim, eles estão em pouquíssimas lojas, e pelo menos nos primeiros meses após o lançamento vai continuar sendo assim. As duas empresas estão fazendo um enorme esforço para trazê-los (do Japão e da Coreia, respectivamente), não apenas do ponto de vista financeiro – afinal, esperam ter lucro no mercado brasileiro -, mas também na logística. Dá para imaginar o que é transportar um gigante desses, pesando em torno de 80kg…

Como já comentamos aqui, estamos aguardando a chegada de exemplares para teste. Aí, sim, será possível examinar em detalhe cada um dos modelos. Os que vimos na IFA e na CES eram protótipos devidamente preparados para exibição, o que é bem diferente de usar o produto no dia-a-dia. Por enquanto, vamos nos restringir às características técnicas, divulgadas pelos fabricantes. Ambos têm 84 polegadas, reproduzem imagens 3D, funcionam em rede Wi-Fi, acessam a internet e são capazes de fazer upscaling de qualquer imagem para a resolução 4K (3.840 x 2.160 pixels).

O Sony XBR-84X905 parece ser mais avançado – e seu preço sugerido (R$ 100 mil) não deixa dúvidas quanto a isso. Vem com um processador de três chips, específico para o upscaling 4K, e essa teoricamente é uma vantagem: qualquer sinal de vídeo colocado no TV é automaticamente processado para a resolução mais alta. Digo teoricamente porque li que essa conversão no modelo da Sony não é tão precisa assim. Aqui, cabe uma explicação. Todo display, para reproduzir imagens nítidas, precisa ser preenchido com pixels. Quanto maior o tamanho, maior o número de pixels necessários. No processo de upscaling, um software recria pixels a partir dos pré-existentes e faz a chamada interpolação, para poder encher toda a superfície da tela. É natural, portanto, que uma imagem originalmente ruim, ao ser ampliada, continue sendo ruim. Nenhum display faz milagres.

Diferentemente do modelo LG, o Sony 4K vem com um poderoso (para os padrões de um TV) sistema de áudio embutido, que libera 50 watts de potência. São dez alto-falantes, sendo cinco de cada lado da tela (dois woofers, um tweeter e dois subwoofers). A versão lançada nos EUA, com backlight do tipo Local Dimming, inclui ainda simulador surround e a função SimulView, ideal para games, na qual os dois jogadores visualizam a tela toda, com óculos 3D, ampliando a sensação de envolvimento. Aqui, a Sony ainda não informou se essas características serão mantidas.

Já o LG 84LM9600 tem preço sugerido bem mais baixo que o concorrente (R$ 44.999), mas utiliza backlight Edge-lit, que na teoria é inferior. Enquanto no painel Local Dimming os leds atuam sobre toda a superfície interna, gerando luz mais intensa e homogênea, nos Edge-lit os leds estão apenas nas laterais do display – a luz se espalha através de difusores, que não têm a mesma intensidade. No entanto, será preciso checar na prática se essa diferença é visível na tela, porque o desempenho final também depende da qualidade dos leds e da alimentação elétrica do aparelho.

Um diferencial importante desse aparelho é o que a LG está anunciando como Personal Tech. A empresa promete enviar à casa de cada consumidor que adquirir o TV um técnico encarregado de fazer a instalação e os ajustes de som e imagem, além de personalizar os aplicativos e orientar o usuário. De início, esse serviço estará disponível somente para quem mora em São Paulo ou Rio de Janeiro. De qualquer maneira, é a primeira vez que um fabricante tem essa preocupação.

O TV UHD da LG também possui sistema de áudio embutido (2.2 canais), com 50W, e processador dual-core, além de outros recursos já encontrados nos modelos top de linha dessa marca, como controle remoto com reconhecimento de voz. Mais detalhes no site americano da empresa, embora a versão a ser lançada aqui possa ser ligeiramente diferente.

Em tempo: ontem, surgiu a notícia de que a Samsung decidiu antecipar o lançamento de seu TV 4K. A empresa, que até hoje não demonstrou esse tipo de produto, pretende fazê-lo na CES, em janeiro. Só para se diferenciar da concorrência, será um TV de 85, e não 84, polegadas.

[Orlandobarroso]

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