Jorge Amado saiu do interior da Bahia para ganhar o mundo, seja por
meio da tradução de suas obras, do exílio ou do prazer em viajar.
Natural que o centenário de seu nascimento extrapole as fronteiras do
Brasil. E o escritor que teve seus livros adaptados para cinema, teatro e
TV vai ter a data lembrada em exposições, filmes, peças e palestras. As
comemorações se iniciam antes mesmo do dia 10, data em que ele
completaria cem anos. Na terça-feira, a Academia Brasileira de Letras
abre a mostra “Jorge Amado —100 anos”, que mostrará as primeiras edições
dos livros do acadêmico, a cronologia de sua obra e painéis de fotos.
Organizada pelo cineasta e acadêmico Nelson Pereira dos Santos, exibirá
ainda todos os filmes, novelas e programas de TV adaptados de seus
livros. Outras exposições estão programadas pelo país, como “Jorge,
Amado e universal”, no MAM de Salvador, a partir do dia 10, e “Ilê Axé
Opô Afonjá — O candomblé e Jorge Amado”, também em Salvador, em
dezembro, na Fundação Casa de Jorge Amado.
Ilhéus
será palco, de 4 a 12 de agosto, do projeto Amar Amado, com seminários,
ciclos, festivais e shows de Caetano Veloso, Margareth Menezes e
família Caymmi. Caetano se apresentará dia 10, cantando músicas que
fazem referência a obras de Amado, como “A luz de Tieta” e “Milagres do
povo”.
Nas artes cênicas, o ano promete leituras dramatizadas em
espaços Sesc, o espetáculo teatral “O sumiço da Santa”, com direção de
Fernando Guerreiro, em Salvador, e “Capitães da areia por eles mesmos”,
dirigido por Elisa Mendes, em Ilhéus. Para o ano que vem, está previsto o
musical inspirado em “Gabriela”, de João Falcão, no Rio (leia mais na página 4). E está em estudos “Amado Gonzagão: um baião dos dois”, sobre os dois artistas que completariam cem anos em 2012.
O
cinema vai homenageá-lo este ano com a mostra “Jorge cineamadográfico”,
no interior da Bahia, e dois longas, “As fantásticas aventuras de um
capitão” (leia mais na página 4), em fase de finalização, e “Dona Flor e seus dois maridos”, que deve ser rodado em novembro.
No
exterior, a agenda também é variada. Ao longo do ano, Roma, na Itália,
abrigará o evento “O mundo de Jorge Amado” e uma mostra de cinema.
Haverá uma homenagem a Jorge no Festival de Cinema Brasileiro de Paris,
na França, com a exibição do documentário “Jorge Amado”, de João Moreira
Salles, e “Capitães da areia”, de Cecília Amado, neta do escritor, além
de mostras de filmes na Universidade de Salamanca, na Espanha, na
Embaixada do Brasil em Londres, na Inglaterra, e em Los Angeles, nos
Estados Unidos. Também estão programados colóquios na França, em
Portugal e na República Tcheca. Em Helsinque, na Finlândia, artistas
plásticos estão criando obras inspiradas no universo de Jorge, que serão
mostradas em agosto. Por fim, em Berlim, na Alemanha, o espaço da
Embaixada do Brasil recebe no dia 6 de agosto a noite “Jorge Amado em
Berlim — ... Um sopro de liberdade atravessa o mundo”, com leitura em
português e alemão de trechos da obra, capoeira, música e exposição de
fotos.
[Globo]
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