15 de outubro de 2012

Sony aposta tudo no 4K

OK, câmeras digitais, games e smartphones são hoje as meninas dos olhos da Sony, sob o comando de Kazuo Hirai, que assumiu o cargo de CEO em abril. Mas não é por isso que a divisão de TVs vai ser deixada de lado. E a melhor prova é a chegada às lojas dos EUA, esta semana, do aguardado TV 4K de 84 polegadas (modelo XBR-84X900), aquele mesmo que vimos ser apresentado em premiere mundial na IFA, no final de agosto (vejam o vídeo do lançamento).
 
Sim, o aparelho já está à venda no mercado americano, por US$ 25.000, e pode ser encomendado neste link (as revendas são selecionadas). Semana passada, durante a CEATEC, que aconteceu no Japão, Hirai fez questão de saudar a novidade (foto) como “prova” de que a Sony continua levando a sério sua linha de TVs. “Sabemos que por esse preço não vamos vender muito”, disse ele. “Mas é uma mensagem para o mercado, de que já dominamos essa tecnologia e pretendemos liderar o segmento de TVs 4K.” (aqui, um vídeo com parte da entrevista).

No evento, a Sony exibiu apenas o modelo de 84″, mas Hirai garante que outros estão a caminho. E, quando perguntado sobre as notícias de que a empresa estaria pensando em não mais fabricar seus TVs, o executivo foi enfático, segundo a agência Bloomberg: “De forma alguma.  Acho que a Sony tem em seu DNA a criação de aparelhos com a melhor imagem, e nosso compromisso é manter essa tradição.”

Considerado uma espécie de “menino de ouro” do grupo (foi ele quem construiu a divisão de games e comandou o lançamento do PlayStation), Hirai está, sim, sendo pressionado a reduzir os investimentos em TVs – setor que vem dando prejuízos há quatro anos. Seu mais recente relatório aos acionistas indicava perdas de aproximadamente US$ 1 milhão no ano fiscal que termina em março de 2013. Mesmo sendo ainda o terceiro fabricante mundial de TVs, atrás apenas das coreanas Samsung e LG, a Sony luta para retomar a lucratividade. Que só pode vir dos modelos top, que têm custo mais alto.

Esta é a mensagem: o TV 4K visa os chamados mercados maduros, como EUA, Japão e Europa Ocidental. Já os TVs de preço mais acessível estão sendo destinados aos países emergentes, como o Brasil, onde a disputa é mais de preço. Neste caso, valem até parcerias com fabricantes chineses. Mas 4K é outra coisa: nada supera a admirada tecnologia japonesa. Ou, pelo menos, é isso o que os japoneses pensam.

[Orlandobarrozo]

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