OK, câmeras digitais, games e smartphones são hoje as meninas dos
olhos da Sony, sob o comando de Kazuo Hirai, que assumiu o cargo de CEO
em abril. Mas não é por isso que a divisão de TVs vai ser deixada de
lado. E a melhor prova é a chegada às lojas dos EUA, esta semana, do
aguardado TV 4K de 84 polegadas (modelo XBR-84X900), aquele mesmo que
vimos ser apresentado em premiere mundial na IFA, no final de agosto
(vejam o vídeo do lançamento).
Sim, o aparelho já está à venda no mercado americano, por US$ 25.000, e pode ser encomendado neste link
(as revendas são selecionadas). Semana passada, durante a CEATEC, que
aconteceu no Japão, Hirai fez questão de saudar a novidade (foto) como
“prova” de que a Sony continua levando a sério sua linha de TVs.
“Sabemos que por esse preço não vamos vender muito”, disse ele. “Mas é
uma mensagem para o mercado, de que já dominamos essa tecnologia e
pretendemos liderar o segmento de TVs 4K.” (aqui, um vídeo com parte da entrevista).
No evento, a Sony exibiu apenas o modelo de 84″, mas Hirai garante
que outros estão a caminho. E, quando perguntado sobre as notícias de
que a empresa estaria pensando em não mais fabricar seus TVs, o
executivo foi enfático, segundo a agência Bloomberg:
“De forma alguma. Acho que a Sony tem em seu DNA a criação de
aparelhos com a melhor imagem, e nosso compromisso é manter essa
tradição.”
Considerado uma espécie de “menino de ouro” do grupo (foi ele quem
construiu a divisão de games e comandou o lançamento do PlayStation),
Hirai está, sim, sendo pressionado a reduzir os investimentos em TVs –
setor que vem dando prejuízos há quatro anos. Seu mais recente relatório
aos acionistas indicava perdas de aproximadamente US$ 1 milhão no ano
fiscal que termina em março de 2013. Mesmo sendo ainda o terceiro
fabricante mundial de TVs, atrás apenas das coreanas Samsung e LG, a
Sony luta para retomar a lucratividade. Que só pode vir dos modelos top,
que têm custo mais alto.
Esta é a mensagem: o TV 4K visa os chamados mercados maduros, como
EUA, Japão e Europa Ocidental. Já os TVs de preço mais acessível estão
sendo destinados aos países emergentes, como o Brasil, onde a disputa é
mais de preço. Neste caso, valem até parcerias com fabricantes chineses.
Mas 4K é outra coisa: nada supera a admirada tecnologia japonesa. Ou,
pelo menos, é isso o que os japoneses pensam.
[Orlandobarrozo]
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