28 de outubro de 2012

Fim de ano em 4K?

Nem bem chegaram às lojas dos EUA, e os TVs 4K já estão mexendo com o mercado por lá. Como será aqui? Relatório divulgado esta semana em evento da CEA (Consumer Electronics Association) mostra otimismo com a novidade, tendo em vista o final de ano. Sony e LG confirmaram o lançamento de seus modelos de 84 polegadas, aqueles mesmos que vimos na IFA (confiram aqui), devendo estar nas prateleiras até o final deste mês. Para o Brasil, a LG informa que houve atraso na chegada dos aparelhos, que vêm da Coreia, e agora a previsão é de estar nas principais lojas em novembro.
 
Independente da qualidade dos produtos, que certamente causarão grande impacto em quem está acostumado às imagens Full-HD, a tecnologia 4K é vista como oportunidade para o varejo americano, pela primeira vez em muitos anos, não ficar dependente de descontos e promoções de Natal. Em plenos preparativos para a Black Friday (sexta-feira do feriado de Ação de Graças, que este ano cai em 23 de novembro), quando por tradição todos os varejistas concentram suas promoções, a indústria eletrônica percebeu que os TVs 4K podem ser a cereja desse bolo.

Explico. Há anos que os fabricantes não conseguem manter suas margens de lucro em TVs. Com a guerra de preços, também os lojistas – pelo menos a maioria – constataram que esses aparelhos servem mais para atrair clientes às lojas do que propriamente para encher o caixa. Esse é um fenômeno mundial. A única maneira de enfrentá-lo é lançando algo completamente diferente, e bem mais caro. Se uma quantidade razoável de consumidores estiver disposta a pagar por isso, aí sim se conseguem margens mais compensadoras.

(Cabe aqui uma breve pausa: por mais que se odeie o capitalismo, ninguém até hoje descobriu uma fórmula de manter as empresas funcionando e gerando empregos sem preservar suas margens de lucro. Até o velho Marx concorda!)

O TV 4K da LG tem preço estimado de US$ 20 mil para os EUA (cerca de R$ 40 mil para o Brasil), enquanto o da Sony sai por US$ 25 mil (sem previsão para o mercado brasileiro, por enquanto). Certamente, poucas famílias poderão adquiri-los, mas quando se vê uma pesquisa como esta, da Nielsen, indicando que existem mais de 13 milhões de famílias americanas com alto poder de compra, embora não sejam milionárias, percebe-se que a indústria está correta. Se 0,1% delas comprarem um TV 4K, já serão 13 mil aparelhos vendidos – a propósito, quantas famílias desse nível haverá no Brasil?

Não sei se isso resolve o problema de fabricantes e lojistas, mas com certeza ajuda. Sem falar que muita gente vai querer ir às lojas só para ver um TV 4K funcionando. E, aproveitando a viagem, sempre acabam levando alguma coisa. Ou não?

[Orlandobarrozo]

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