7 de outubro de 2012

Audiência das novelas equivale à do Superbowl

A audiência das novelas equivale à do Superbowl nos Estados Unidos, com a diferença de que é estável e todos os dias da semana (o evento norte-americano acontece anualmente). A opinião é do diretor de marketing da Rede Globo, Anco Saraiva. “Uma audiência como a gerada pelas novelas não se encontra em outros países, e o mercado deve aproveitar isso”, afirmou o diretor, que participou de painel realizado durante o evento Maximídia nesta terça-feira, 2. Mediado pela jornalista Christiane Pelajo, o painel contou ainda com a participação do autor de novelas Walcyr Carrasco, do diretor Luiz Henrique Rios (que atualmente dirige a novela Malhação) e dos atores Marisa Orth e Osmar Prado.

Segundo Saraiva, as novelas da Globo atingem 160 milhões de pessoas por mês. Ele apontou que o “país do futebol” possui preferências maiores do que o esporte mais famoso do mundo: assistir novelas é considerado o terceiro maior hábito brasileiro, ficando atrás apenas de comer e dormir.

Procurando explicar como um produto de 60 anos conseguiu se modernizar e se manter ao longo dos tempos, o autor Walcyr Carrasco – responsável por sucessos como “Chocolate com Pimenta”, Alma Gêmea” e o remake de “Gabriela” – afirmou que a novela fica entre a arte e a indústria. “Não é só indústria pois usa da criatividade, mas também não é arte pura pois o autor precisa olhar pesquisas para saber o que o público sente, e assim buscar o melhor caminho para o sucesso”, afirmou. O autor ainda afirmou que as novelas são escritas com liberdade, e acompanham os tempos de maneira subjetiva e não objetiva, através de uma mudança natural por parte da equipe de produção e dos próprios atores.
 
Tecnologia
A evolução técnica, tanto da produção quanto dos equipamentos, também ajudou a manter o sucesso. Lembrando que hoje as novelas são filmadas com câmeras de cinema, dando um novo ar ao programa, o diretor Luiz Henrique Rios afirmou que indústria só se mantém com método e disciplina aliados a talento e vontade. “Trabalhamos numa indústria profundamente técnica, e só é possível ter sucesso nela com muita paixão e muita vontade criativa”, afirma.

Os atores Osmar Prado e Marisa Orth comentaram sobre suas experiências com novela, afirmando que o melhor laboratório e a melhor resposta para seus trabalhos está no próprio público: enquanto Marisa afirmou que depois de fazer uma novela no horário das 20h sua vida mudou em menos de um dia (uma vez que estava sendo vista por um público muito grande), Prado explicou que para captar a essência de seus personagens busca estar sempre nas ruas, perto das pessoas que assistem e se envolvem com eles.

Finalizando o painel, Rios apontou que a identificação que o público tem com os personagens e as situações vividas no periódico também garantem o sucesso deste modelo: “são histórias contadas com e pelo público, que tem uma identificação afetiva com aquilo mesmo que esteja longe de sua realidade. É uma construção coletiva de histórias, e é neste momento que o público se vê”, afirmou, acrescentando que com as novas mídias estas experiências do espectador só se ampliam.

[Telaviva]

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