11 de dezembro de 2011

Os carros conectados estão chegando ao Brasil

O ano de 2011 foi um marco no segmento tecnológico por vários motivos, mas um que vale ressaltar é o fato desse ser o vigésimo aniversário do www, ou a rede mundial de computadores (não confundir com "internet"). Se, até alguns anos atrás, você dependia exclusivamente de um computador pessoal para navegar na "teia mundial", hoje o que se tem é um outro paradigma: qualquer coisa pode ser um ponto de acesso à internet, bastando apenas empregar a tecnologia correta para isso.

Assim como os smartphones, que já correspondem a um enorme percentual de acessos à rede, a Ford prevê que você também ficará online dentro do seu carro – usando o próprio carro como canal de acesso: "Basta observar as pessoas na rua", diz Claudio Moles, Gerente de Engenharia Elétrica da montadora norte-americana. "Hoje, todo mundo tem um telefone à mão, enviando mensagens e se conectando às redes sociais. A Ford simplesmente pegou o que já existe e instalou dentro de um carro".

"O carro", no caso, é o Ford EDGE 2012, que foi apresentado à imprensa e deve chegar às concessionárias de todo o Brasil na segunda quinzena de janeiro de 2012. O novo SUV da Ford tem a capacidade de permitir que motoristas e passageiros acessem a internet convencionalmente, através de uma conexão compartilhada, criada quando se insere um modem 3G na porta USB do automóvel. A questão é: isso é feito apenas nos EUA. De acordo com Jader de Amorim e Juliano Medeiros, respectivamente, Engenheiro de Desenvolvimento do sistema Sync e Engenheiro de Infotainment da Ford, os modems 3G das operadoras brasileiras não oferecem suporte ao veiculo. "É uma questão de instalação de drivers, na verdade: a tecnologia existe no carro nacional, mas os modems não possuem o reconhecimento necessário para criar o ambiente compartilhado", diz Juliano.

Entretanto, conforme nossa entrevista com o especialista em sistemas embarcados, Jack Ganssle, apontou, apenas o fato de você se conectar pelo automóvel já é uma maneira de deixar a porta aberta para que hackers "tentem invadir o seu carro" também. Os executivos, que afirmam terem lido o artigo, dizem que a segurança sempre foi a primeira preocupação da Ford. Jader diz que a montadora conta com um departamento específico para o desenvolvimento de sistemas de proteção: "Trabalhamos na política de layers – ou seja, criamos camadas de segurança com dificuldade crescente de invasão. As comunicações diretas são completamente isoladas dos componentes vitais do carro e até mesmo nossas redes passivas transmitem dados criptografados. É possível burlar? Sim. Tudo é possível hoje. Mas o grau de dificuldade que colocamos incentiva o invasor a desistir – nós preferimos'vencer pelo cansaço'".

Claudio ainda complementa, dizendo que "mesmo com tudo isso, nós estamos ativamente de olho no sistema que criamos. A partir do momento que alguém entra em nossa segurança, antes de algo ser feito, nós já detectamos a intrusão e mudamos o esquema de proteção. É um jogo de gato e rato".

A questão que sobra, então, é a adoção dessas novidades tecnológicas pela massa. Convenhamos, o EDGE, com seu preço chegando a quase R$ 150 mil, não é exatamente um produto destinado à classe C. Contra isso, Claudio argumenta: "de fato, o EDGE não é feito com o grande público em mente. É um veículo elitizado. Mas isso é uma questão de popularização do sistema – o novo Fiesta (Fiesta Hatch) também conta com alguns destes recursos de interação".

E você, leitor? Acha que os carros conectados estão chegando para ficar? Ou acredita que isso tudo não passa de uma moda passageira? Dê sua opinião nos comentários abaixo.


[Olhardigital]

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