24 de dezembro de 2011

Futurologia: como estará a nossa vida daqui a alguns anos?

Todo final de ano é a mesma coisa. As pessoas recorrem aos mais diversos métodos para prever o futuro e descobrir o que o próximo ano vai reservar para elas. Dentro da ciência e tecnologia não é muito diferente. A cada ano que passa, cientistas e pesquisadores se arriscam em previsões baseadas em muito estudo e, por isso, quase sempre acertam.

Michio Kaku, famoso cientista japonês, é um deles. Em março de 2011, ele escreveu um livro com previsões para 2100, chamado "Física do futuro – Como a ciência transformará o cotidiano em 2100". Entre as antecipações apresentadas na publicação, uma delas já pode ser considerada um belo avanço: carros sem condutores.

Em setembro de 2010, alguns engenheiros do Google promoveram um test-drive de um carro que se movimenta sozinho pelas ruas da Califórnia. O veículo usa um sistema de câmeras montadas no capô, sensores de radar e uma mira laser para se posicionar no trânsito, identificar outros carros e obstáculos.

Se Kaku achava que somente em 2100 veríamos essa tecnologia por aí, se enganou. A Advanced Research Projects (Darpa), unidade de defesa do Pentágono, quer fazer com que um terço das forças terrestres dos Estados Unidos seja autônomo já em 2015.

Outra aposta do cientista que já virou realidade, ainda que não esteja acessível para o consumidor final é o papel eletrônico flexível com OLEDs (diodos orgânicos emissores de luz). De acordo com Michio, no futuro, um laptop será uma folha de OLED, que poderá ser dobrado e colocado na bolsa, por exemplo. Ainda não chegamos nesse patamar, mas algumas fabricantes como a Nokia e Samsung já apresentaram dispositivos conceitos com telas flexíveis em 2011.

Os hologramas e 3D também estão apontados no livro como uma das realidades do próximo século. Kaku acredita que até 2070 as pessoas conseguirão ver e interagir com hologramas em 3 dimensões sem a ajuda de óculos. Apesar de ainda termos um longo caminho pela frente para tornar os hologramas uma tecnologia comum, em setembro deste ano um projeto da Universidade de Keio (Japão) já começou a trabalhar em cima desse conceito. O projeto, chamado RePro3D, usa um modelo controlado mecanicamente, uma interface tátil e uma tela 3D que não necessita de óculos.

O cientista ainda afirmou que máquinas que leem a mente serão comuns até 2070. Aparelhos de ressonância magnética permitiriam analisar os padrões neurais correspondentes a pensamentos específicos. Segundo Kaku, será possível decodificar o pensamento de uma pessoa. Para nossa surpresa, em julho de 2011, pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos Estados Unidos, desenvolveram o que eles chamam de "primeira rede neural artificial de moléculas de DNA", capaz de identificar, por meio de sinais fluorescentes, o pensamento de uma pessoa.

Os estudos de Michio também abordam a realidade aumentada, que, segundo ele, fará parte de nossas vidas a partir de 2030. A previsão é que essa tecnologia esteja tão presente no nosso dia a dia que haverá uma mistura de realidade virtual e real. E se depender da empresa japonesa DoCoMo, o cientista vai acertar mais uma, pois desde outubro de 2011, a companhia tem trabalhado em cima de óculos que permitem enxergar a realidade aumentada. Os óculos ainda estão em fase inicial de desenvolvimento e têm falhas, mas já representam o início de uma nova era.

Obviamente, há dezenas de outras apostas do cientista que ainda estão bem longe de acontecer, como criar vidas em laboratório ou robôs que sentem emoções. Além disso, Michio afirma que poderemos tirar fotografias dos sonhos, reconstruindo uma imagem que o cérebro está pensando de forma precisa, e controlar as coisas ao nosso redor por meio de um computador.

Palpites brasileiros

O jornalista especialista em tecnologia, Ethevaldo Siqueira, também se arriscou em previsões para 2015 em um livro publicado em 2005. E, mais recentemente, em junho de 2010, registrou suas apostas para o ano de 2025 no seu site.

Para ele, daqui 14 anos os celulares terão superchips, o que farão com que os smartphones sejam muito mais espertos do que os atuais. Eles se assemelharão a computadores e terão programas e aplicativos super avançados, além de serem capazes de fotografar imagens com 30 megapixels, sistemas de localização muito mais precisos, armazenamento de música e vídeo para centenas de horas e sistemas de projeção a laser para apresentações ou projeção de vídeo em qualquer tela ou parede. Fora isso, Ethevaldo acredita que os celulares irão integrar todas as redes e serão uma ponte permanente e segura entre o usuário e sua residência, trabalho ou lazer.

O jornalista também aposta na popularização da internet 3.0 em 2020, a "Cloud TV", que usaria tecnologia IPTV, e na interface de voz. Mais do que apertar botões ou usar teclados, Ethevaldo afirma que falaremos com as máquinas, assim como sugere Michio. "Na verdade, já vivemos o começo dessa grande revolução em nosso relacionamento com as máquinas e aparelhos eletrônicos: é a interface por meio de gestos e sinais. Aquilo que vemos ainda na infância tecnológica das telas de toque (touchscreen) dos iPods, iPhones e iPads vai desenvolver-se de modo acelerado até 2025. As telas e monitores da maioria dos aparelhos serão interfaces cada dia mais fáceis de usar e mais intuitivas", comenta o jornalista em seu site.

De acordo com o especialista, a evolução impressionante dos televisores nos últimos anos é um prenúncio do que serão os monitores de grandes dimensões por volta de 2025. Ele prevê que até 2015 o mundo terá uma quantidade imensa de filmes tridimensionais, e o acervo de filmes 2D poderá ser transcodificado automaticamente para filmes 3D. "Toda essa parafernália eletrônica estará cada dia mais presente nos automóveis, nas fábricas, nos bancos, nas escolas e na agricultura. Tudo será mais fácil, mais rápido, mais seguro, mais ecológico e mais produtivo", conclui.

Quer arriscar algum palpite? Sabe dizer o que o futuro nos reserva? Dê sua opinião nos comentários abaixo.

[Olhardigital]

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