16 de setembro de 2010

IFA 2010: casas e produtos inteligentes - o que o futuro nos espera?

Para especialistas do setor de design e tecnologia, o caminho das pedras está na simplificação da interface

Que tal uma cozinha inteligente que identifica, por exemplo, que você está de ressaca e, como num passe de mágica, prepara uma água com sais mineirais para a sua rápida recomposição? A geladeira te oferece frutas e o ambiente é perfumado com aromas animadores? Parece coisa de outro mundo, certo? Mas aposto que grande parte dos leitores pensou: "Ah, bem que isso poderia se tornar realidade!". É com base nessas informações e desejos do consumidor que Tammo de Ligny, diretor de Design da Philips, trabalha. E é na tentativa de tornar possível aquilo que parece ser de outro mundo que ele garante a sua posição na empresa. "Eu trabalho pesado, 24 horas por dia, complico a minha vida pra fazer com que a vida das pessoas se torne cada vez mais simples", diz Tammo. "Cada vez menos, as pessoas estão interessadas em saber qual é a tecnologia por trás de algo. Elas querem que a tecnologia traga benefícios para o dia-a-dia delas. Chega de falar difícil, chega de aprender novos métodos e técnicas. As pessoas querem simplicidade", conclui.

Na verdade, grande parte dos lançamentos de produtos funcionam assim. As empresas trabalham com pesquisas de mercado para saber o que o público deseja. Cate Trotter é uma das pessoas que desenha o mapa da mina para os fabricantes. Ela trabalha para a Insider Trends, empresa londrina responsável por pesquisas de mercado que desenham o mapa de como a tecnologia influencia a vida das pessoas. E enquanto nas décadas de 1960 e 1970 a ficção científica imaginava o futuro cheio de carros que viajariam o espaço, e a década de 1980 imaginava o futuro das viagens pelo tempo, ela dá a dica para quem tem um projeto na manga e quer lançá-lo nos anos 2010: "Um aspecto é definitivo: a tecnologia está em todos os cômodos de nossas casas. Quanto menos precisarmos aprender ou pesquisar para lidar com os novos equipamentos, melhor. A tecnologia precisa estar, de uma certa maneira, escondida ou maquiada. Não precisamos vê-la. As empresas e os novos produtos precisam estar focados em facilitar a vida das pessoas e não na tecnologia em si. O meio é só uma maneira de justificar o fim".

De acordo com as pesquisas da Insider Trends, 55% dos entrevistados acreditam que a tecnologia está diretamente ligada à melhora do seu estilo de vida. 76% disseram acreditar, ainda, que a tecnologia vai mudar as estruturas das suas vidas em um espaço muito curto de tempo - pra ser mais exato, nos próximos 10 anos. E nem é preciso ir muito longe para ver que este futuro está muito próximo. Aqui na IFA 2010, alguns produtos demonstram que o futuro já chegou para muitos de nós. A Panasonic, por exemplo, nos faz crer que a tecnologia 3D é algo que combina muito bem com o nosso dia-a-dia em seu stand. Câmeras caseiras permitem que o usuário comum capte imagens em 3D. O resultado é muito bom, e o público pôde conferir ao vivo, aqui mesmo. No palco, dançarinas fazem demonstrações mas nas laterais, várias cabines estão disponíveis para que as próprias pessoas testem o produto. Quem quiser pode entrar na frente da camera, ser gravado e brincar com a própria imagem em 3D. Em outro ambiente, um imenso videowall com várias telas 3D promove uma imersão jamais experimentada no universo tridimensional. Em uma outra área do stand, gamers podem experimentar títulos em três dimensões. Quem sabe isso não seja apenas um primeiro passo em direção a um futuro diferente, quando poderemos interagir com imagens e objetos virtuais? Seria interessante, não?

[Olhardigital]

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