23 de julho de 2010

Conheça tecnologias que podem mudar o esporte preferido no Brasil

Sempre avessos ao uso da tecnologia, os dirigentes que comandam o futebol mudaram de discurso após o árbitro não anotar o gol inglês contra a Alemanha na Copa.

A promessa agora é discutir rapidamente a introdução de mecanismos eletrônicos que ajudem os juízes em momentos cruciais.

É também a chance de o futebol aprender com esportes que não fecham os olhos para novidades da ciência.

O vôlei está prestes a estrear um sistema 100% brasileiro. A bola ganhou um chip que indica se ela caiu dentro ou fora da área.

“O que a gente quer é a coisa justa. Se a equipe adversária ganhou o jogo, que seja por méritos dele, e não por uma decisão que seja injustificável do juiz”, diz o campeão olímpico Gustavo.

Foram quatro anos de pesquisa. O primeiro chip tinha mais ou menos 2 x 2 cm, mais uma bateria. Ficava no centro da bola. Mas não deu certo.

A versão atual é incomparavelmente menor. Flexível, vai entre o couro e a câmara. Parece uma fita adesiva. O chip usa a tecnologia RFID. Em português, Identificação por Rádio Frequência. Ele tem antenas que respondem aos sinais de rádio enviados por uma base transmissora. Quatro totens com câmeras e computadores monitoram as linhas e o chip. Assim que a bola toca no chão, os dados e a imagem são enviados para um computador central. Tudo sem fio.

O juiz não precisa parar o jogo, nem descer de seu púlpito pra dizer se a bola foi dentro ou fora. Ele recebe as informações por meio de um celular ou um palm top. Aí é só checar, marcar o ponto, e a partida segue.

A fabricante não divulga o preço do sistema, mas ele já foi aprovado. Estreia oficialmente na Super Liga, em novembro deste ano.

Se é difícil precisar o destino da bola de vôlei, imagine uma ainda menor e mais rápida.

“O tenista sempre está batendo a bola acima de 200 km/h. Então é difícil você ver uma marcação muito perto da linha”, explica o tenista Ricardo Hocevar.

Com o olho humano é mesmo quase impossível. Então os dirigentes introduziram o olho-do-falcão.

Um sistema inglês com 12 câmeras mapeia todos os movimentos na quadra. As imagens são repassadas ao computador e um software traça o destino da bola em 3 dimensões, com precisão milimétrica. O sistema só é acionado caso o atleta se sinta prejudicado e reivindique o replay eletrônico. A exibição em 3D é feita no telão do estádio, para público, juiz e atletas. Como custa caro, o olho-de-falcão só é usado nos principais torneios do mundo.

Decisões polêmicas costumam ser trágicas no taekwondo. Nos últimos jogos olímpicos, houve até um caso de agressão. Era o sinal de que algo precisava ser feito.

“A gente não conseguia determinar 100% até onde foi ponto ou não”, diz o técnico Vander Valverde.

Assim, com a supercâmera lenta, é fácil ver quem acerta o oponente primeiro e marca o ponto. Só que nas competições tudo é muito rápido. E a pressão fica toda sobre os juízes.

“Minha luta na olimpíada de Pequim foi para a prorrogação, eu dei o primeiro chute, foi ponto meu, mas marcaram para o atleta da Espanha”, lamenta o vice-campeão Pan-Americano, Márcio Venceslau.

O que era um simples acolchoado para reduzir impacto virou um apurado detector de movimento. A inovação é sul-coreana, e passou a ser obrigatória em grandes eventos.

O protetor de tórax foi feito com sensores. E mais essa meinha aqui que tem uma malha com o chip. Quando elas entram em contato, a gente tem a marcação do ponto.

A marcação aparece no próprio colete e também é captada por antenas e repassada ao computador dos árbitros.

O preço ainda é salgado para um esporte de poucos recursos. Mas a repercussão entre atletas é das melhores.

Bola e ciência. Para os japoneses, uma combinação perfeita. O país quer ser a sede da Copa de 2022. As universidades daqui já estão em campo. Porque o Japão quer organizar o mundial mais tecnológico de todos os tempos. Inesquecível para os torcedores e à prova de erros.

A câmera de visão de alta velocidade - desenvolvida pela Universidade de Tóquio - enxerga um objeto em movimento com uma precisão 33 vezes maior do que o olho humano.

É só programar o equipamento para seguir um objeto, que os raios infravermelhos vão focar nele o tempo todo. A câmera segue o objeto e informa ao computador a localização precisa dela.

“A velocidade máxima de uma bola de futebol é de 200 km/h, pelos nossos cálculos. A nossa câmera acompanha essa velocidade e pode eliminar os erros de julgamento”, explica o professor Masatoshi Ishikawa, chefe da pesquisa.

E não é só. Os japoneses prometem acabar com as barreiras da comunicação com aparelhos de tradução instantânea. Com um equipamento desses, os juízes poderiam saber quando um jogador está xingando outro.

Os japoneses também querem criar câmeras que reproduzam os jogos em outros estádios do mundo com imagens holográfica.

Em 2007, no Mundial de Clubes no Japão, foi usada a chamada "bola inteligente". Quando ela entrava no gol, o juiz recebia uma mensagem no relógio, para não ter dúvidas.

O equipamento não voltou mais a ser usado em grandes torneios, mas provou que tecnologias para evitar erros como os que aconteceram na África do Sul já existem e funcionam. A bola agora está com os cartolas do futebol...

[Globo]

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Digite aqui seu comentário.