Com suspensäo firme e rodas aro 17 vestindo pneus 205/45, o DS3 honra a boa fama da marca nas curvas
O
fim da reta se aproxima. O velocímetro aponta 150 km/h, obtidos com a
quarta marcha "cheia". Curva à esquerda. Reduzo para terceira, segunda,
freio forte e aponto a frente do Citroën DS3
para cima da zebra, já fazendo a tangente para apontar na próxima reta.
Com o controle de estabilidade desligado, o hatch desgarra um pouco de
frente e segue escorregando controladamente até a zebra oposta. E tome
reta de novo, terceira, quarta marcha... O motor 1.6 16V turbo tem
pegada (os 24,5 kgfm de torque surgem logo a 1.400 rpm), mas é com giro
alto que ele gosta de trabalhar.
Agora temos uma leve
curva à esquerda e uma mais fechada à direita, que exige pé pesado no
freio e novas reduções. O câmbio manual de seis marchas tem engates
curtos, o que ajuda na pilotagem. Hora de convocar os 165 cv mais uma
vez, e logo nos deparamos com um "S" em descida – um verdadeiro teste
para qualquer suspensão. Mesmo a mudança brusca de direção, que faz a
carroceria rolar de um lado para o outro, não desequilibra o esportivo. A
traseira segue perfeitamente presa ao chão, enquanto a dianteira
obedece caninamente as ordens da direção.
As
rodas brancas säo vendidas como acessório (as originais säo pretas). O
carro com teto branco veio apenas para estudos, por enquanto
À essa altura, eu já me dava por covencido: a relação custo-diversão do DS3 é imbatível. Ele tem o preço do Mini Cooper Salt e traz o motor do Cooper S. Precisa dizer mais? Tá bom: é bem mais charmoso que o Bravo T-Jet e deixa o Fiat comendo poeira, por alguns reais extras. Saudade do Civic Si?
Oras, o francesinho anda mais e custa uns R$ 20 mil a menos. E olha que
ele já vem com ar digital, entrada para iPod no sistema de som, ESP,
airbags fontais e laterais, ABS, computador de bordo... O único opcional
é o revestimento de couro, por mais R$ 2.900. Ou seja, um DS3 completo vai custar no máximo R$ 83 mil. É o hot hatch que faltava!
Foi divertida aquela sexta-feira com o DS3
na pista da Fazenda Capuava, em Indaiatuba (SP). Às vezes as marcas
exageram ao fazer lançamentos de sedãs de família por lá, mas a Citroën
não poderia ter sido mais feliz na escolha do local de apresentação do
modelo. Afinal, o compacto fashion da marca não foi feito só para
desfilar. Quem manja de carro sabe do apreço que os bons Citroëns
costumam ter por curvas. Agora com motor desenvolvido em parceria com a BMW,
as coisas ficaram ainda melhores. Para completar, o carrinho é cheio de
estilo: carroceria duas portas, coluna central em forma de barbatana de
tubarão, feixe de leds no para-choque dianteiro, teto e rodas aro 17
pintados de preto...
Bancos oferecem bom apoio lateral, enquanto o painel pode receber aplique colorido (na foto, o branco)
O
interior segue à altura. Os bancos têm desenho esportivo, com ótimo
apoio lateral, enquanto a direção elétrica é comandada por um belo
volante de três raios. A cabine segue as linhas do novo C3
que estreia no Brasil no segundo semestre. A diferença crucial fica
pelas opções de personalização, como máscaras coloridas para o painel e
apliques para o pomo da alavanca de câmbio. Passando aos lugares de
trás, nada de aperto. Fiquei justo com meu 1,78 m, mas sem bater a
cabeça no teto ou o joelho no encosto da frente. Existe até uma prática
alça para ajudar os passageiros a sair. A reclamar, apenas a falta de
uma iluminação na parte dianteira da cabine – há apenas uma luz no
centro do teto.
Saindo da pista, o DS3 é
mais confortável do que se espera. Aquela suspensão firme que fez minha
alegria nas curvas não chega a maltratar sua coluna como a de um Mini Cooper S ou um Civic Si.
E a direção fica levinha em baixas velocidades. Apesar de baixo, o
esportivo não raspa à toa em valetas. O lado "cansativo", quem diria,
fica por conta do próprio powertrain. O câmbio exige trocas constantes
(e o engate da segunda às vezes é um pouco duro), enquanto o motor pede
certo giro para desenvolver. Nas curvas de esquina e saídas de lombadas
em segunda marcha, abaixo de 2 mil rpm, o carro demora um pouco a
embalar. O ideal é andar com 3 mil rpm para cima, quando entra a
"puxada" do turbo.
O
DS3 encanta nos detalhes, como os feixes de leds, o logotipo exclusivo
da linha DS e a lanterna que pode receber acabamento cromado
É difícil andar devagar com o DS3,
mas, se você fizer isso, será recompensado pelo baixo consumo: nossa
média entre cidade e estrada ficou em 13 km/l de gasolina (ele não é
flex). Sobre os testes de desempenho, bem.... A medição completa do novo
Citroën está na revista Autoesporte de junho, que chega às bancas nesta
semana. Nela, você encontrará uma reportagem especial do DS3 ao lado de Mini Cooper, Hyundai Veloster, Fiat 500 e Audi A1 – com direito a cinco gatas para ajudar na avaliação. Ah, posso adiantar que o DS3 fez bonito.
[Autoesporte]
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