30 de outubro de 2013

Os gigantes do mundo multimídia



Relatório divulgado em maio do ano passado, com dados atualizados até 2010, revelava que seis conglomerados de mídia controlam nada menos do que 90% de tudo que se lê, se ouve e se assiste no mercado americano (o maior do mundo). No cálculo anterior, de 1983, eram 50 grupos. Ou seja, o mercado cresceu e se concentrou absurdamente (os detalhes estão neste link).

Claro, não é um fenômeno apenas dos EUA; a concentração é talvez o efeito mais importante das mudanças econômicas registradas nas últimas décadas, em função das desigualdades entre os países. Tem a ver também com os avanços tecnológicos, que exigem capital intensivo, restrito aos grandes grupos, e com o processo de globalização. Para quem olha de fora, é um panorama cruel e, aparentemente, sem alternativa.

Bem, aqueles seis grupos citados no primeiro parágrafo são, pela ordem:

General Electric – Além de potência industrial, controla marcas valiosas como Comcast (maior operadora de cabo dos EUA), NBC e Universal Pictures;

News Corp – Aquele mesmo, do polêmico magnata australiano Rupert Murdoch, dono da Fox (cinema e TV) e do Wall Street Journal;

Disney – Além de parques de diversão, canais de TV e produtora de filmes, o grupo inclui a rede de TV ABC, as produtoras Miramax e Pixar e os canais ESPN;

Viacom – Já foi maior, mas continua ali no G6, com MTV e Paramount, entre outros empreendimentos;

Time Warner – Duas das marcas mais simbólicas da cultura americana, que se fundiram no final do século passado, hoje detêm propriedades como CNN, HBO e, claro, os estúdios de cinema e TV Warner Bros.

CBS – Embora perca em faturamento para os demais, é outro símbolo dos EUA: além da famosa rede de TV, controla a Showtime (TV paga) e a nfl.com (que comanda os bilionários negócios em torno do futebol americano).

Mas, atenção: esse levantamento é de três anos atrás. Nesse período, cresceu a importância das empresas de internet, e algumas delas já superam esses conglomerados em faturamento, segundo esta outra estimativa. Exemplos: enquanto Time Warner teve em 2012 receitas na casa de US$ 48 bilhões e News Corp, de US$ 33,4 bilhões, Google chegou a US$ 37,9; Amazon, US$ 67; e Microsoft, US$ 69,9. Todos podem ser definidos hoje como “grupos multimídia”. E anotem: o rápido crescimento de novatas como Facebook (hoje com US$ 1,6 bi) e Netflix (US$ 945 milhões) está espantando os analistas.
Não estranhem se nos próximos estudos esses nomes aparecerem lá no topo.


[Orlandobarrozo]

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