Durante a IFA, um mês atrás, notamos a proliferação
dos aparelhos chamados genericamente de media players. Seriam os
sucessores dos atuais decoders de TV paga, pequenas caixas capazes de armazenar
zilhões de dados, receber e distribuir sinais de áudio, vídeo e um enorme etc.
Gigantes como Sony, Samsung e Philips exibiram seus protótipos (na verdade, a
primeira até já lançou um no mercado americano – vejam aqui), e havia também dezenas de
produtos chineses do gênero. Semana passada, na CEDIA Expo, feira dos
profissionais de sistemas eletrônicos residenciais, realizada em Denver (EUA),
as caixinhas voltaram a se destacar. Só que os americanos utilizam outra
definição, que considero mais adequada: home gateway.
Pode-se perfeitamente apostar que, como naquele
famoso anúncio, um dia você também vai ter um. Home gateway é, na prática, a
síntese de um computador que acumula as funções de modem (para internet),
roteador e receptor de TV. Dentro dele estão processadores e/ou conversores
para todo tipo de sinal: áudio, vídeo (que podem ser de baixa, média, alta ou
altíssima definição), internet, telefone, televisão, dados, fotos… o quê mais?
Além de três ou quatro conectores físicos, o conceito inclui compatibilidade
com todos os protocolos de comunicação sem fio, que podem ser utilizados
simultaneamente. Da mesma forma, as saídas de sinal são múltiplas, podendo
alimentar displays ou amplificadores de áudio em vários pontos de uma casa.
Mais: com HD interno poderoso, pode ser usado como gravador multimídia e
armazenar horas e horas de conteúdo, que o usuário acessa tanto através de seus
vários TVs quanto de celular, tablets, notebooks etc.
Quase é possível usar o jargão “caixinha mágica”. O
que faz tudo isso funcionar é o software, nossos já conhecidos aplicativos, e é
aí que entra a parte chata (para quem já estava pensando que essa maravilha
sairia de graça). De nada adianta ter todos esses recursos se não houver um ou
vários apps para gerenciá-los e permitir que os usuários tenham acesso. Este,
claro, será controlado por operadoras e/ou provedores, num modelo não muito
diferente daquele que existe hoje. Alguém terá de montar uma rede (com ou sem
fio) capaz de transportar todas as informações até nossas casa. E nós, se
quisermos acessá-las, teremos que pagar por isso.
Pelo menos, é nisso que trabalham atualmente os
grandes grupos de mídia, em parcerias com a indústria eletrônica, reunidos num
consórcio chamado HGI (Home Gateway Initiative). E eles têm a força.
[Orlandobarrozo]
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