Por menos de R$ 3 mil, a professora de inglês e fotógrafa americana
Alissa Haupt, de 25 anos, voou em classe executiva de Minneapolis, nos
EUA, até Xangai, na China – com a volta incluída. A viagem foi "paga"
com 90 mil milhas: a jovem desembolsou R$ 2.900 para comprar 30 mil
milhas, ganhou outras 30 mil como parte de uma promoção, e ainda recebeu
um bônus de 30 mil milhas na primeira compra que fez com um cartão de
crédito.
Segundo Alissa, o valor das passagens seria o mesmo se ela fosse direto
até a cidade asiática, onde vive há um ano, ou se fizesse escalas para
conhecer outros cinco países. A segunda opção lhe pareceu melhor, e essa
volta ao mundo "meteórica" será feita em um total de 11 dias, excluído o
tempo que a jovem está passando em Xangai, de setembro a dezembro.
Em Minneapolis, durante o verão, Alissa estava fazendo retratos de
pessoas e casais de noivos. Após pesquisar bastante e montar uma
planilha de voos, ela começou seu trajeto rumo à China no dia 16 de
setembro, pegando um avião de Minneapolis até Chicago, de onde foi para
Frankfurt, na Alemanha; Istambul, na Turquia; Bancoc, na Tailândia; Hong
Kong, território chinês; Incheon e Seul, na Coreia do Sul; e finalmente
Xangai.
Na volta, ela pretende voar até Zurique, na Suíça; em seguida ir para
Munique, na Alemanha; até aterrissar em Chicago e depois em Minneapolis –
onde ficará duas semanas de folga nas festas de fim de ano.
A fotógrafa Alissa Haupt (Foto: Katherine Hird)
De parada em parada durante a ida, a americana passou apenas algumas
horas na maioria dos lugares, com exceção da Coreia do Sul, onde parou
por três dias, e de Xangai, seu ponto final.
A jovem comparou na internet os preços normais para uma viagem como
essa e diz que poderia ter desembolsado R$ 10,8 mil para voar direto de
Minneapolis até Xangai na mesma data, e R$ 41,2 mil para descer nos seis
países.
"Eu realmente gosto de voar, ter novas possibilidades, chegar a outros
lugares. E viajar na classe executiva é um mundo completamente
diferente, muito além do que é oferecido na minha vida normal de
fotógrafa e professora", conta Alissa.
Ela enumera as refeições com quatro opções diferentes de pratos, as
intermináveis ofertas de champanhe e as camas confortáveis das
aeronaves. "Minha única reclamação é que os voos não eram longos o
suficiente", diz.
Antes mesmo de voltar aos EUA para o Natal, a americana já pensa em
repetir a aventura. Segundo ela, não é difícil reservar uma viagem como
essa, desde que a pessoa entenda as complicadas regras das passagens
aéreas e suas "lacunas". Alissa revela que pensa nisso como um
quebra-cabeça gigante e que a recompensa vale a pena.
"Eu, por exemplo, tenho muito mais tempo livre do que dinheiro para
gastar com viagens, por isso acho que é muito melhor pesquisar bem antes
de reservar o primeiro voo que encontrar", destaca.
De salsicha alemã a túneis na Coreia
Passeio por túnel na Zona Desmilitarizada da Coreia; vista geral do local (Foto: Alissa Haupt/Arquivo pessoal)
Em sua passagem pela Alemanha, Alissa comeu salsicha assada num dia de
chuva em Frankfurt e tentou falar apenas alemão durante 24 horas – com
relativo sucesso.
Chegada a Xangai em setembro, após 1 semana de escalas (Foto: Alissa Haupt/Arquivo pessoal)
Em Istambul, dentro de um balão, a fotógrafa disparou uma arma de
chumbinho sobre o Mar de Mármara, que separa o Mar Negro do Mar Egeu.
Foi a primeira vez que ela usou qualquer tipo de arma, destaca.
Em Bangcoc, a americana festejou a noite toda com os amigos que fez em
um hostel, e depois recebeu uma massagem tailandesa para "curar a
ressaca".
Chegando a Seul, Alissa experimentou o popular prato Bibimbap, um
"mexidão" que leva arroz, carne e vegetais. Também fez um tour por
túneis escavados pelos norte-coreanos na Zona Desmilitarizada, faixa de
segurança de 240 km que delimita o território dos dois países.
A americana diz, ainda, que está entusiasmada para conhecer a Suíça e ver as lojas com decoração de Natal em Munique, na volta.
"Viajar para mim é ter liberdade, de estar em novos lugares e
explorá-los, conhecer pessoas e compartilhar ideias. Me sinto muito
sortuda por ter visto os lugares que vi e espero mostrar que viajar não
precisa ser tão caro ou inatingível quanto parece", ressalta.
Itinerário da viagem de ida e volta programada pela americana (Foto: Alissa Haupt/Arquivo pessoal)
[Globo]
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