Há aproximadamente quatro anos os Estados Unidos terminavam o período
de transição da TV analógica para a digital. Hoje, começam a adotar na
TV aberta um padrão de transmissão para dispositivos móveis, que
atualmente chega a cerca 25 grandes cidades do país. Em três ou quatro
anos, o país pode passar por outra grande mudança, com a adoção de um
padrão ATSC 3.0. Em debate sobre o futuro da TV aberta que aconteceu no
NAB Show 2013, que acontece nesta semana em Las Vegas, Kevin Gage,
vice-presidente e CTO da NAB, principal associação de radiodifusores dos
EUA, afirmou que o ATSC deve ter as especificações da nova versão do
padrão em 2016. A ideia, em princípio, é viabilizar as transmissões para
dispositivos móveis e as transmissões em 4K. No entanto, o trabalho
desenvolvido é para garantir mais flexibilidade ao padrão. "O 4k é um
dos modelos viáveis de negócios, mas não o único. O mais importante é
ter uma plataforma que possa se adaptar rapidamente às novas demandas do
setor", disse Gage.
Para Erik Moreno, vice-presidente sênior de desenvolvimento da Fox,
começar a trabalhar em padrão 4K é precipitado. "Qual é o modelo de
negócios? Nós precisamos conversar nos próximos meses sobre isso. Esta
(o modelo de negócios) é a peça mais importante no desenvolvimento da
nova TV", disse o executivo. Moreno lembrou que hoje a radiodifusão
conta com dois modelos de negócios, a venda de publicidade e o
licenciamento do sinal e do conteúdo (para afiliadas, operadores de TV
paga, OTT etc.). "Nós não estamos monetizando o espectro", disse. Ele
lembrou que a Verizon vem trabalhando no desenvolvimento de uma rede
híbrida de broadcast/IP para a distribuição de conteúdo móvel. "Isto é
bom, eles estão inovando. Nós (o setor de mídia) deveríamos estar
fazendo o mesmo. Nós temos que ser mais rápidos que eles", disse Moreno.
Gage e Moreno concordam que o 4K é importante para a radiodifusão
manter sua relevância, frente à concorrência com outras mídias. No
entanto, ambos afirmam que, no momento, a transmissão móvel é o recurso
mais importante de ser implementado, uma vez que traz uma nova fonte de
receita.
Conta
Para Erik Moreno, há um investimento grande a ser feito pela
radiodifusão na transição para padrão 3.0 e, segundo ele, é um
investimento mandatório. No entanto, há uma parte da conta que ainda não
se sabe como será paga. Na transição do analógico para o digital, o
dividendo digital garantiu recursos ao governo para subsidiar a compra
de caixas receptoras de TV digital para a população de baixa renda. Na
atual transição para incluir a capacidade de transmissão para
dispositivos móveis, ao ATSC, não há legado. As transmissões no novo
padrão são compatíveis com a base instalada de receptores de TV. No
entanto, na evolução prevista para acontecer em médio prazo, será
necessário interromper as transmissões em um padrão e iniciar as
transmissões em outro, sem a possibilidade de usar os dois
simultaneamente, uma vez que não há mais espectro disponível.
[Telaviva]
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