5 de janeiro de 2011

Em clima de 'todos contra o iPad', tablets dominam abertura da CES

Há um ano, o iPad era apenas um boato. Isso não evitou, no entanto, que o presidente da Microsoft, Steve Ballmer, apresentasse na abertura do Consumer Electronics Show (CES) de 2010 um protótipo de um tablet que chegaria para competir com o aparelho ainda inexistente da Apple. Um ano depois, o impacto provocado pelo iPad no mercado de computação fica mais evidente: a CES 2011, que começa nesta quinta-feira (6) em Las Vegas, nos Estados Unidos, será a feira dos tablets.

Todos querem um pedaço do saboroso mercado criado praticamente do zero pela Apple em abril de 2010, e que deve atingir US$ 25 bilhões neste ano, segundo análise do banco J.P. Morgan. A Lenovo, dona da antiga linha da IBM, entrou no jogo com o LePad, que roda Android e, no melhor estilo Transformer, vira um notebook completo com Windows 7. A Asus, criadora do conceito do netbook, vai usar a força da marca Eee PC em seus aparelhos operados pelo toque.

Até mesmo um pioneiro dos tablets aproveitou a CES para reinvestir no mercado. A texana Motion Computing colocou no mercado seu primeiro slate, como eram conhecidos os primeiros computadores com tela sensível ao toque, há 8 anos. De novembro de 2002 para cá, a companhia de Mike Stinson só viu o mercado decolar com a chegada, em abril de 2010, do iPad. Não há ressentimento, afirma Stinton. Ele sabe que o importante não é ser o primeiro, mas sim ser o primeiro que as pessoas querem.

"Agora as pessoas sabem o que é um tablet, para que ele serve, e quais suas vantagens. Bom para todo mundo que está nessa área", diz. "Será possível, por exemplo, expandir nossa linha para outros países. Estaremos, inclusive, no Brasil". O consumidor brasileiro poderá comprar aparelhos como o CL900, ultrarresistente, com chip Intel Atom e memória sólida de 64 GB, a partir do segundo semestre. Nos EUA, ele será vendido por cerca de US$ 1 mil.

Os tablets da Motion Computing têm como vantagem o fato de rodarem Windows 7, sem restrições. Embora o sistema esteja longe de ser fácil de usar como os aparelhos com Android e o próprio iPad, há uma integração mais suave com ecossistemas corporativos já baseados no sistema operacional da Microsoft. Enquanto a nuvem não se tornar uma realidade onipresente, é o trunfo que a empresa de Redmond tem para atrair consumidores.

Na CES 2011, os tablets não ficam apenas nas bolsas. A Trane, empresa mais conhecida nos EUA por vender aparelhos de ar-condicionado, criou um sistema de termostatos inteligentes controlável por uma pequena tela portátil sensível ao toque. "É uma questão de linguagem, as pessoas hoje entendem que um tablet pode ser o controle remoto de tudo na vida", afirma o gerente de produto Tim Storm. Quando não está sendo utilizado, o controle vira um porta-retratos digital.

Há também o apelo ecológico. O termostato, batizado de ComfortLink II, usa informações de previsão de tempo baixadas da internet para calcular a necessidade de aquecimento e refrigeração específica para cada cômodo. Economizar energia, em tempos de sustentabilidade, sempre é um atrativo comercial.

[Globo]

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