20 de março de 2011

Quer conquistar um horário ou um modelo de trabalho flexível? Descubra como

A mobilidade e a internet têm permitido que as pessoas trabalhem de qualquer hora e lugar. O que favorece o conceito de trabalho flexível, no qual o profissional não precisa mais estar no escritório, dentro do horário comercial, para exercer sua função.

Em seu blog no site de gestão Harvard Business Review, a escritora e consultora de negócios Amy Gallo considera que, enquanto o conceito de horários e modelos alternativos de trabalho está cada vez mais disseminado, poucas empresas aplicam esse modelo na prática. “E ainda menos gestores estão abertos ou equipados para lidar com essa flexibilidade”, detalha Amy, acrescentando: “Mas isso não significa que você precisa desistir dessa ideia”.

O caminho para quem quer ter um trabalho flexível depende, segundo a especialista, do próprio profissional criar um plano e apresentá-lo para seu chefe e para a companhia.

Antes de estabelecer uma proposta formal de trabalho remoto ou em horários alternativos, o profissional deve ter em mente que a maior parte dos gestores não se sente confortável de ter alguém trabalhando a distância, pela dificuldade de controle. Para fazer com que os empregadores mudem de ideia, ela sugere a apresentação dos dados de uma pesquisa da escola de gestão do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachussets). O levantamento aponta que quando as pessoas têm a flexibilidade no trabalho e conseguem equilibrar melhor vida pessoal e profissional, elas atingem seus objetivos mais facilmente, se ausentam de suas funções com menos frequência e ficam com um humor melhor.

Defina o que quer

O primeiro passo para apresentar um plano de trabalho flexível é definir o motivo pelo qual o funcionário quer esse tipo de alternativa. O que inclui desde a necessidade de gastar mais tempo com a família, reduzir o tempo gasto no trânsito ou, até mesmo, buscar um ambiente mais tranquilo para realizar trabalhos que dependam de concentração.

Só tendo objetivo claros, o profissional pode pensar no modelo de trabalho que o ajudaria a alcançar suas metas. As opções podem ser reduzir as horas no escritório, trabalhar de forma remota, tirar um mês de férias ou, em alguns casos, simplesmente desligar o smartphone corporativo durante os finais de semana e feriados.

“Claro que nem todo trabalho permite essa flexibilidade”, alerta a especialista. “Antes de fazer uma proposta, entenda o impacto que seu pedido de um horário flexível vai ter para seu chefe, sua equipe e sua performance”, complementa Amy.

Outra questão fundamental, segundo ela, é investigar quais regras que a empresa já tem em relação ao horário e ao modelo de trabalho, bem como de que forma a companhia tratou outras situações em que algum profissional pediu algum tipo de flexibilidade. “Se sua empresa não tem uma política formal, você precisará criar uma proposta”, afirma a consultora.

Sugira uma fase de experiência

Para reduzir uma possível apreensão dos chefes em relação à proposta de trabalho flexível, o ideal é que o profissional proponha que o modelo seja testado durante um período específico de tempo, antes de ser implementado. Nesse tempo, será possível comprovar a eficiência do modelo e até resolver questões que não foram pensadas inicialmente.

A consultora sugere que o período de experiência dure cerca de três meses. Após essa fase, fica mais fácil verificar se o modelo flexível está alcançando os resultados esperados e se ele tem causado problemas para outras pessoas. Vale também buscar formas de mensurar a produtividade, com o intuito de apresentar dados concretos que ajudem a justificar a viabilidade de um trabalho flexível.

Peça ajuda para a equipe

A especialista ressalta que uma série de pesquisas comprovam que o modelo de trabalho flexível funciona melhor quando ele vale de forma coletiva e não representa um caso isolado.

Além disso, as pessoas precisam entender que seu trabalho impacta diretamente outros membros da equipe, os quais não podem ser prejudicados pela necessidade de horários alternativos ou de atuar remotamente.

Assim, a consultora aconselha que o profissional explique seus objetivos para as pessoas com quem trabalha e peça para que façam considerações, para engajá-las com o plano de ter um horário ou um formato não tradicional de trabalho.

O que não fazer

Por fim, a especialista destaca que os profissionais não podem correr o risco de parecerem abusados quando fizerem a proposta de trabalho flexível. Assim, devem evitar argumentos pessoais – como os benefícios que o modelo trará para sua vida e de sua família –, precisam aceitar as sugestões de outras pessoas que sejam impactadas diretamente e não podem impor nada para a empresa.

[Olhardigital]

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