27 de setembro de 2013

Com 2020, Tóquio repete histórico de superar desastres com Jogos

A delegação de Tóquio deixou claro que, para ela, a realização da Olimpíada na cidade será um meio de superar o trauma por conta da tsunami que atingiu o Japão em 2011. O acidente nuclear de Fukushima, causado pela onda gigante, era o ponto fraco da candidatura japonesa, mas seus efeitos foram contidos por explicações dos representantes do país. Antes, na edição dos Jogos de 1964, foi um marco para deixar para trás a Segunda Guerra, que destruiu o país com duas bombas nucleares.

"Queríamos aparecer para expandir o movimento olímpico. Em 2020, o movimento olímpico estará no seu melhor lugar. Em 1964, não será só para o Japão, mas para toda a Asia. Um monte de jovens vai viajar para difundir o esporte. Esse é o poder que tivemos depois do tsunami. A situação estava bem difícil. E todos trabalharam e conseguiram. Hoje, vemos pais brincando com filhos. Precisamos de esperança e sonhos. Poderemos fazer uma reconstrução (a partir da Olimpíada)", afirmou o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe

O político ainda comparou os novos Jogos aos realizados em 1964, quando o país tinha enfrentado a Segunda Guerra, 19 anos antes. Durante o conflito, o Japão foi atingido por duas bombas nucleares jogadas pelos EUA. "Em 1964, era apenas 19 anos depois da grande guerra. Nós estávamos nos levantando da pobreza. O objetivo era desenvolver os Jogos. Muitos japoneses foram pra o exterior para conhecer os esportes", completou Abe.

Em relação à Fukushima, Abe foi o responsável por rebater as desconfianças dos membros do COI sobre possíveis vazamentos da usina nuclear. Garantiu que os níveis de radiação eram pequenos e estavam bloqueados. Além disso, prometeu medidas adicionais para evitar qualquer possível contaminação.

Apesar da similaridade da superação de desastres, a escolha de Tóquio em 2013 ocorre em uma época bem diferente dos Jogos Olímpicos. Em 1964, a Olimpíada apenas engatinhava na exploração do marketing, e tinha receitas reduzidas. Era financiada, essencialmente, pelo Estado.

O atual plano japonês, embora fundado fortemente no dinheiro do governo, tem um gama de parceiros corporativos como mostrado pela candidatura. A ideia é que empresas privadas ajudem de forma decisiva no financiamento da competição, o que não tem ocorrido no Rio de Janeiro. Há dinheiro apenas para o comitê organizador local e, ainda assim, não se sabe se o suficiente para cobrir todos os fundos.

[Uol]

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Digite aqui seu comentário.