Fiquei devendo aos leitores observações mais detalhadas sobre os novos TVs UHD
que a Sony e a LG estão lançando no Brasil. Desde já, digo que todo
mundo deve fazer um esforço para ver de perto esses aparelhos. Sim, eles
estão em pouquíssimas lojas, e pelo menos nos primeiros meses após o
lançamento vai continuar sendo assim. As duas empresas estão fazendo um
enorme esforço para trazê-los (do Japão e da Coreia, respectivamente),
não apenas do ponto de vista financeiro – afinal, esperam ter lucro no
mercado brasileiro -, mas também na logística. Dá para imaginar o que é
transportar um gigante desses, pesando em torno de 80kg…
Como já comentamos aqui, estamos aguardando a chegada de exemplares
para teste. Aí, sim, será possível examinar em detalhe cada um dos
modelos. Os que vimos na IFA e na CES eram protótipos devidamente
preparados para exibição, o que é bem diferente de usar o produto no
dia-a-dia. Por enquanto, vamos nos restringir às características
técnicas, divulgadas pelos fabricantes. Ambos têm 84 polegadas,
reproduzem imagens 3D, funcionam em rede Wi-Fi, acessam a internet e são
capazes de fazer upscaling de qualquer imagem para a resolução 4K
(3.840 x 2.160 pixels).
O Sony XBR-84X905 parece ser mais avançado – e seu preço sugerido (R$
100 mil) não deixa dúvidas quanto a isso. Vem com um processador de
três chips, específico para o upscaling 4K,
e essa teoricamente é uma vantagem: qualquer sinal de vídeo colocado no
TV é automaticamente processado para a resolução mais alta. Digo
teoricamente porque li que essa conversão no modelo da Sony não é tão
precisa assim. Aqui, cabe uma explicação. Todo display, para reproduzir
imagens nítidas, precisa ser preenchido com pixels. Quanto maior o
tamanho, maior o número de pixels necessários. No processo de upscaling,
um software recria pixels a partir dos pré-existentes e faz a chamada
interpolação, para poder encher toda a superfície da tela. É natural,
portanto, que uma imagem originalmente ruim, ao ser ampliada, continue
sendo ruim. Nenhum display faz milagres.
Diferentemente do modelo LG, o Sony 4K vem com um poderoso (para os
padrões de um TV) sistema de áudio embutido, que libera 50 watts de
potência. São dez alto-falantes, sendo cinco de cada lado da tela (dois
woofers, um tweeter e dois subwoofers). A versão lançada nos EUA,
com backlight do tipo Local Dimming, inclui ainda simulador surround e a
função SimulView, ideal para games, na qual os dois jogadores
visualizam a tela toda, com óculos 3D, ampliando a sensação de
envolvimento. Aqui, a Sony ainda não informou se essas características
serão mantidas.
Já o LG 84LM9600 tem preço sugerido bem mais baixo que o concorrente
(R$ 44.999), mas utiliza backlight Edge-lit, que na teoria é inferior.
Enquanto no painel Local Dimming
os leds atuam sobre toda a superfície interna, gerando luz mais intensa
e homogênea, nos Edge-lit os leds estão apenas nas laterais do display –
a luz se espalha através de difusores, que não têm a mesma intensidade.
No entanto, será preciso checar na prática se essa diferença é visível
na tela, porque o desempenho final também depende da qualidade dos leds e
da alimentação elétrica do aparelho.
Um diferencial importante desse aparelho é o que a LG está anunciando como Personal Tech.
A empresa promete enviar à casa de cada consumidor que adquirir o TV um
técnico encarregado de fazer a instalação e os ajustes de som e imagem,
além de personalizar os aplicativos e orientar o usuário. De início,
esse serviço estará disponível somente para quem mora em São Paulo ou
Rio de Janeiro. De qualquer maneira, é a primeira vez que um fabricante
tem essa preocupação.
O TV UHD da LG também possui sistema de áudio embutido (2.2 canais),
com 50W, e processador dual-core, além de outros recursos já encontrados
nos modelos top de linha dessa marca, como controle remoto com
reconhecimento de voz. Mais detalhes no site americano da empresa, embora a versão a ser lançada aqui possa ser ligeiramente diferente.
Em tempo: ontem, surgiu a notícia de que a Samsung
decidiu antecipar o lançamento de seu TV 4K. A empresa, que até hoje
não demonstrou esse tipo de produto, pretende fazê-lo na CES, em
janeiro. Só para se diferenciar da concorrência, será um TV de 85, e não
84, polegadas.
[Orlandobarroso]
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