Interatividade, venda de vídeos on demand, canais com conteúdo
online, TV paga over the air e streaming via múltiplos dispositivos.
Estas são as apostas do especialista da consultoria Accenture para o
futuro da smartTV, que terá de se reinventar para conquistar os
usuários.
Em palestra realizada nesta manhã durante o evento InfoTrends Wrap Up,
Alexandre Colcher, executivo sênior de prática de mídia e tecnologia da
consultoria Accenture, detalhou o que entende ser as características da
próxima geração de smartTV, que devem começar a despontar em um futuro a
curto prazo, dentro de um período de até 5 anos.
“Estamos a caminho de quebrar paradigmas. Nossa principal
aposta está na tecnologia ‘anytime, anywhere’, onde qualquer conteúdo
poderá ser visto em qualquer dispositivo a qualquer momento, permitindo
assim uma maior integração para o usuário”, apontou Colcher.
Para a consultoria os televisores poderão ser personalizados
pelos usuários, seguindo recomendações de amigos em redes sociais,
criando assim uma integração dos conteúdos.
O usuário poderá optar até mesmo pelo tipo de propaganda que
quer ver e os publicitários poderiam criar novos nichos de propaganda
digital e assim explorar anúncios voltados para determinados grupos de
pessoas.
A interatividade também terá forte presença na TV do futuro,
auxiliando nessa integração entre as mídias. Com ela será possível por
fim criar um canal de comunicação direto entre usuário e conteúdo,
permitindo que os telespectadores votem durante uma sessão, iniciem
chats e acompanhem a transmissão em diversos dispositivos.
“As inovações ainda são muito manuais, o usuário precisa criar
essas conexões. Mas futuramente isso ocorrerá de forma natural. A
integração online acontecerá dentro da mesma tela, entre canais normais e
serviços de banda larga. Por exemplo, durante uma partida de futebol o
telespectador terá a possibilidade de escolher acompanhar o jogo por uma
câmera exclusiva ou mesmo em mosaicos com ângulos diferentes”, afirmou
Colcher.
Funcionalidades e aplicativos
A mudança nos controles remotos evidencia essa integração
entre múltiplos dispositivos citada pela Accenture. Segundo a
consultoria, estes controles poderão ser virtuais, funcionando como um
aplicativo para celular e que teria capacidade de gerenciar diversos
aparelhos.
Aplicativos também serão úteis para auxiliar na renovação da
TV aberta. Colcher cita o aplicativo para iPad da rede ABC, dos Estados
Unidos, que sincroniza os conteúdos da TV para o tablet trazendo
informações complementares durante as transmissões como dados de um
ator, de uma trilha sonora, entre outros.
“Poderemos ver televisores com maior resolução, a tecnologia
3D decolando. Mas para isso a produção e distribuição de conteúdos terá
de mudar para garanti-los em múltiplos dispositivos. Hoje, por exemplo,
não há nenhuma demonstração em loja para vender as TVs conectadas e isso
precisa mudar”, argumentou Colcher.
Uma pesquisa da Accenture realizada com 6,5 mil pessoas em 7
países diferentes (incluindo o Brasil) avaliou o comportamento do
consumidor quando se trata de TVs conectadas. Questionados sobre qual
serviço mais os atraem quando assiste a TV, a ampla maioria citou a
tecnologia Catch Up, que permite navegar pela grade da emissora e
assistir a conteúdos passados.
“O Brasil precisa desenvolver melhor sua infraestrutura para
capitalizar em cima dessas novas tendências. Tudo girará ao redor da TV e
só quem inovar é que irá sobreviver neste mercado futuramente. Esta
indústria precisa ser mais globalizada”, disse Colcher.
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