Games ambientados no Brasil crescem em proporção e qualidade; confira quais são alguns deles
“Moro num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza, mas que beleza!” Seja por sua atmosfera turística, seja por motivos menos “agradáveis”, o Brasil sempre deu as caras nos games. Com a atual projeção tupiniquim no mundo, a tendência que é a ambientação na “Terra Brasilis” seja cada vez mais comum na nossa jogatina de cada dia.
Muito além do já envelhecido confronto entre terroristas e contra-terroristas em “CounterStrike”, em uma favela carioca ou da selva amazônica, existem cenários místicos, histórias profundas e objetivos sem precedentes nessa nação de proporções continentais, da qual sentimos tanto orgulho e torcemos para que se torne um novo Japão dos games!
Street Fighter IV – 360 / PS3 / Arcades – Capcom – 2008
Que Blanka é o personagem brasileiro mais popular dos games todo mundo já sabe. Sua fama é tamanha que chegou a rolar na internet diversas reivindicações para que o monstrengo verde fosse o mascote dos Jogos Olímpicos de 2016, a serem sediados no Rio de Janeiro.
Apesar da retratação quase pejorativa da Capcom em relação ao Brasil, Blanka conquistou os nossos corações. Presença certa na série desde o eterno clássico “Street Fighter II”, o herói tupiniquim aprendeu seus golpes com poraquês (espécie de enguia) no Amazonas e em “Street Fighter IV” aprendeu até a falar, muito diferente de seu passado uivante.
Menos conhecido, poucos sabem que Sean Matsuda também é brasileiro. Sansei (neto de japoneses), fã de basquete e discípulo de Ken Masters, o nipo-brasileiro que não gosta de perder odeia ser comparado à Dan Hibiki. Sua primeira aparição foi em “Street Fighter III”.
Max Payne 3 – 360, PS3, PC – Rockstar Vancouver – 2010
Depois de doze anos na luta contra o crime debaixo de neve, Max Payne, o tira mais “badass” dos games, resolveu deixar a gelada Nova Iorque afim de tentar a sorte aqui no país. Em “Max Payne 3”, o detetive foi contratado para fazer a segurança particular de uma rica família brasileira e se infiltrará em diversas favelas de São Paulo.
Todo esse tempo parece ter feito mal ao nosso anti-herói, que apareceu careca, com a barba por fazer e as expressões cansadas. Segundo a desenvolvedora do game, Rockstar Vancouver, Max está aposentado mas ainda está “envolvido num mundo de corrupção, tumulto e violência intensa”. Tumultuado mesmo está definir a data de lançamento do game... Talvez em outubro de 2010.
Road Rash 3 – Mega Drive – EA – 1995
Viajar o mundo pilotando as motos mais velozes que se tem notícia. Com essa premissa do terceiro game da série “Road Rash”, aterrissamos logo de cara em um Rio de Janeiro montanhoso, onde as vacas, bois e famílias rurais passeiam tranquilamente pelas ruas. No fundo é possível ver morros e prédios, sugerindo que estamos na Cidade Maravilhosa, ou não.
Claro, estamos falando de rachas de moto altamente ilegais e a força policial carioca não vai deixar que isso aconteça com tanta facilidade. Comandados pelo guarda Galeano e embalados por um “samba metal”, uma tropa de elite com helicópteros, viaturas e, claro, motos, farão de tudo para prender o maior número de meliantes e suas motos. Você é um deles, então acelere.
Driver 2 – PSX – Reflections / Infogrames – 2000
Pioneiro em retratar o Brasil como um pólo do crime organizado, “Driver 2” levou o policial infiltrado Tanner aos cartéis sul-americanos sediados no Rio de Janeiro e liderados pelo traficante carioca Álvaro Velasquez. Apesar da reprodução da cidade não ser muito fiel, ainda é possível encontrar pontos famosos como a Lagoa Rodrigo de Freitas, a Urca e, claro, Copacabana.
Mas nem tudo são flores: locais como “Botafoga”, “Leboin”, “Ipanente” e “Flamega” nos fazem sentir 40º graus, de febre! De qualquer maneira o jogo é competente em recriar a atmosfera de novelas da Globo, com o sol, a areia da praia e as ruas baladas da antiga capital do Brasil. Mas com muito mais ação, e menos traições entre casais por metro quadrado do que qualquer folhetim, ainda bem!
Tekken 6 – 360 / PS3 / Arcades – Namco – 2009
Poucas coisas podem se dizer tão brasileiras quanto a capoeira. Misto de dança e luta, a arte marcial dos escravos conquistou o mundo e chegou nos games. Em “Tekken 6” dois capoeiristas bem brasileiros destroem maxilares alheios: Eddy Gordo e Christie Monteiro.
A primeira aparição de Eddy foi no terceiro game da série da Namco, desde então ele figura em todas as versões do game sempre em busca de libertar seu mestre, avô de Christie Monteiro, que deu as caras em “Tekken 4”. Ambos estarão na adaptação de “Tekken” para o cinema, o que mostra que eles são tão populares quanto Jin Kazama e Nina Williams.
Call of Duty 4: Modern Warfare 2 – 360 / PS3 / PCs – Infinity Ward / Activision – 2009
Um dos games mais balados dos últimos tempos, com 25 milhões de cópias vendidas, “Modern Warfare 2” é um tiroteio de primeira qualidade e o retrato mais realista dos conflitos do mundo real, o jogador gira o mundo enfrentando terroristas, fundamentalistas e, óbvio, traficantes. E o lugar escolhido para abrigar esses “meliantes” foi uma favela carioca.
O realismo das missões é tanto que gerou reclamações por parte das comunidades carentes da capital fluminense. Helen Sardenberg, delegada geral do DRCI (Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática do Rio de Janeiro, alegou que o game não se assemelha ao cotidiano das comunidades, nem reflete com exatidão o confronto entre policiais e criminosos, ganhando proporções de uma guerra “sem objetivos claros”. Realismo à parte, “Modern Warfare 2” é só um game...
Shadowrun – 360 / PC – FASA / Microsoft Game Studios – 2007
Em 2031 é travada uma batalha entre duas facetas poderosas: RNA Global, uma corporação transnacional, e uma resistência liderada pela família Chancela, conhecida como “A Linhagem”. O prêmio ao vencedor da luta é um estranho artefato maia que tem ligações com uma zigurate. Esta é uma espécie de templo dos babilônios, e uma poderosa versão destes locais foi construída em Santos.
SANTOS? Sim, a casa de Pelé e do maior porto do Brasil é palco dessa história confusa que envolve magia e cultura cyberpunk, baseado em “Shadowrun”, um dos maiores RPGs de mesa. Apesar de ser ambientado na Baixada Santista, não espere encontrar tantas semelhanças com o local, sendo que o visual se parece mais com uma cidade brasileira genérica, na cabeça dos gringos: zona urbana bem desenvolvida contrastante com favelas altíssimas e morros. Bom... Pelo menos não é selva e o fato de ser em Santos quebra qualquer clichê, o que faz a jogatina valer.
Tom Clancy's H.A.W.X. – 360 / PS3 / PC – Ubisoft – 2009
Para deleite do atual presidente venezuelano Hugo Chavez, os planos para erguer uma aliança sul-americana foram concretizados em 2014 e ela ganhou o nome de “Las Trindad”. Após um acordo de defesa entre o Brasil e a corporação bélica americana Artemis, a Las Trindad lançou uma invasão no Rio de Janeiro como resposta à negociação. Com essa premissa o jogador assume o controle de maravilhosos caças ultrassônicos em “H.A.W.X.”!
É indescritível a sensação de pilotar essas máquinas dando rasantes próximos a uma das sete maravilhas do mundo, o Cristo Redentor. Todos os pontos turísticos mundialmente conhecidos do Rio foram bem reproduzidos no game e, apesar da velocidade extrema, ainda dá pra curtir a vista, principalmente quando se vê lugares como o Maracanã e a Baía de Guanabara. A nós, brasileiros, ver a cidade tão bem retratada, com suas belezas e mazelas, é um incentivo a mais para defendê-la no game.
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