Depois de longa expectativa, a Amazon abriu, hoje, sua loja
brasileira de livros digitais. Dentro de algumas semanas, a empresa
também deve começar a vender seu e-reader Kindle no país. Mas há mais
produtos a caminho, incluindo os tablets Kindle Fire, que podem chegar
em 2013.
EXAME.com perguntou a David Naggar, vice-presidente de
conteúdo para o Kindle, se o Kindle Fire seria vendido no Brasil. A
resposta foi vaga, mas positiva: “Esperamos trazer todos os dispositivos
da linha Kindle para o Brasil”, disse ele. O Fire, um tablet completo
com o sistema Android, é vendido nos Estados Unidos por preços que
começam em 159 dólares.
Enquanto ele não chega, a Amazon oferece 13 mil livros
digitais em português, de 90 editoras, sendo 1,5 mil gratuitos.
Considerando também outros idiomas, a loja tem 1,4 milhão de títulos.
Com a abertura do site local, os brasileiros não precisam mais usar um
cartão de crédito internacional para pagar as compras na Amazon.
O imposto sobre operações financeiras de 6,38%, que incide
sobre compras no exterior, deixa de ser cobrado. “E a pessoa sabe quanto
vai pagar. O valor final não depende da taxa de câmbio”, diz Alexandre
Szapiro, vice-presidente do Kindle da Amazon.com.br. Szapiro, que já
liderou as subsidiárias brasileiras da Palm e da Apple, é o principal
executivo da Amazon no Brasil.
A empresa também traduziu seus aplicativos para smartphones,
tablets e PCs, além de incorporar um dicionário de português ao e-reader
Kindle. Inicialmente, só o modelo mais simples desse e-reader será
oferecido aos brasileiros, por 299 reais. Ele tem acesso à internet via
Wi-Fi, necessário para o download dos livros. É vendido nos Estados
Unidos por preços desde 69 dólares.
O preço no Brasil é atraente em comparação com o de
concorrentes como o Kobo, oferecido pela Livraria Cultura por 399 reais.
“Nosso negócio não é ganhar dinheiro com a venda do dispositivo.
Queremos ganhar dinheiro quando as pessoas usam o dispositivo”, diz
Naggar. Ele cita um estudo interno da Amazon que aponta que, quando uma
pessoa compra um e-reader, ela passa a ler quatro vezes mais do que
antes.
De fato, a tela opaca do Kindle é menos cansativa para leitura
que as telas brilhantes dos tablets. E o tamanho similar ao de um bloco
de notas permite levar o e-reader a muitos lugares. Mas a tela é
monocromática, o que a torna inadequada para revistas e livros com fotos
coloridas. E, claro, diferentemente dos tablets, o e-reader não serve
para outras finalidades.
A Amazon também passa a oferecer, no Brasil, seu serviço
Kindle Direct Publishing. Trata-se de uma opção para editoras e autores
que querem publicar seus livros primeiro em forma de e-book. O próprio
interessado faz o upload dos arquivos para o servidor da Amazon e
estabelece o preço de venda. Nessa modalidade de negócio, o autor fica
com 35% do valor da venda. A Amazon não revela quanto cobra das editoras
no processo normal de comercialização.
A empresa chega ao Brasil num momento em que a concorrência
começa a se acirrar no mercado de e-books. O Google também abriu a venda
de livros aos brasileiros hoje, em sua loja Google Play. A Apple
começou a oferecer livros na loja iTunes brasileira há cerca de dois
meses. E o grupo Abril (também dono de EXAME.com), vem investindo
continuamente em seu site iba, que vende livros, jornais e revistas.
Para os consumidores, essa diversidade de opções é muito bem vinda.
[Info]
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Digite aqui seu comentário.