O governo realiza nesta terça-feira (12) um leilão que definirá o
futuro da banda larga ultrarrápida na rede de telefonia celular, a
chamada rede 4G - que, na avaliação de especialistas ouvidos pelo G1, será ao menos 20 vezes mais rápida que a atual rede 3G.
A faixa de frequência de 2,5 gigahertz foi selecionada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para permitir a transmissão de dados sem fio em alta velocidade no país. O leilão também engloba a licitação da faixa de 450 MHz para a oferta de serviços de voz e dados em áreas rurais.
A partir das 10h, a agência vai abrir, analisar e julgar as propostas de preço para a licitação de 4G. Os seis participantes são os grupos Claro, Oi, TIM, Vivo, Sky e Sunrise Telecomunicações - empresa de TV paga adquirida recentemente pelo fundo de investimento do bilionário húngaro George Soros.
A faixa de frequência de 2,5 gigahertz foi selecionada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para permitir a transmissão de dados sem fio em alta velocidade no país. O leilão também engloba a licitação da faixa de 450 MHz para a oferta de serviços de voz e dados em áreas rurais.
A partir das 10h, a agência vai abrir, analisar e julgar as propostas de preço para a licitação de 4G. Os seis participantes são os grupos Claro, Oi, TIM, Vivo, Sky e Sunrise Telecomunicações - empresa de TV paga adquirida recentemente pelo fundo de investimento do bilionário húngaro George Soros.
A evolução do acesso móvel à internet começa a ocorrer em abril de 2013
nas seis cidades-sede da Copa das Confederações (Brasília, Fortaleza,
Recife, Rio de Janeiro, Salvador e Belo Horizonte) e nas sedes e
subsedes da Copa do Mundo de 2014, a partir de dezembro de 2013.
A banda larga ultrarrápida entrou em operação em 2006, na Coreia do
Sul, por meio da tecnologia WiMax, migrando posteriormente para o padrão
Long Term Evolution (LTE), que permite downloads de 100 megabits por
segundo (Mbps) no acesso móvel. Hoje, segundo a consultoria ABI
Research, há mais de 40 redes 4G em operação no mundo, que vão conectar
61 milhões de dispositivos móveis até o fim deste ano (a maior parte
smartphones), chegando a 100 milhões em 2013.
A experiência real dos serviços 4G, no entanto, depende da estrutura da
rede e do número de usuários que compartilham o sinal em determinado
momento. “Além disso, as operadoras costumam estabelecer um limite à
velocidade de acesso para garantir uma navegação uniforme. Então mesmo
que somente uma pessoa esteja acessando a internet em um determinado
local, a velocidade não vai atingir 100 Mbps, por exemplo”, explica
Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco.
Quando chegar ao país, a tecnologia LTE permitirá que o internauta
brasileiro faça o download de uma foto em 1 segundo ou baixe uma música
em 2 segundos, em seu smartphone, tablet ou com um modem 4G portátil no
computador. A previsão se baseia em uma oferta local nas velocidades
entre 5 e 12 megabits por segundo (Mbps) estimada pelas consultorias
Teleco e IDC Brasil.
A velocidade real estimada para as redes 4G representa um acesso de 20 a
40 vezes mais rápido, em média, do que o alcançado com as atuais redes
3G – entre 256 kilobits por segundo (Kbps) e 1 Mbps.
No edital do leilão de 4G, a Anatel não define as velocidades de acesso que devem ser oferecidas pelos prestadores da banda larga de quarta geração na frequencia de 2,5 GHz. Já nas áreas rurais, pela frequência de 450 MHz, as empresas serão obrigadas a oferecer acesso à internet com taxas de transmissão de 256 Kbps de download e 128 Kbps de upload, no mínimo.
O empresário Breno Masi, de 29 anos, já vem sentido a diferença entre as redes 3G e 4G desde meados de março, quando comprou o novo iPad, da Apple, e adquiriu um plano de banda larga nos Estados Unidos. “Hoje, o iPad com 4G é um parceirão”, diz o executivo da área de tecnologia, que usa o tablet com plano de US$ 50 mensais da AT&T para trabalhar em suas viagens mensais ao exterior. “Consigo fazer uma videoconferência, enquanto continuo trocando e-mails e navegando, numa boa, sem prejudicar a transmissão”, afirma.
Em um comparativo feito no Central Park, em Nova York, com o aplicativo SpeedTest, Masi registrou uma velocidade de acesso de 31 megabits por segundo (Mbps) de download e 15,25 Mbps de upload no acesso 4G pela operadora AT&T.
Dependendo da localidade, a espera do consumidor brasileiro pela banda larga móvel pode ser longa - até dezembro de 2019 - já que o cronograma da Anatel exige tanto a atualização para a oferta do acesso 4G como a obrigatoriedade de acesso 3G ou em tecnologia equivalente em todo o país. O leilão desta terça-feira também engloba faixas de frequência de 450 MHz destinadas ao acesso à internet em áreas rurais.
No edital do leilão de 4G, a Anatel não define as velocidades de acesso que devem ser oferecidas pelos prestadores da banda larga de quarta geração na frequencia de 2,5 GHz. Já nas áreas rurais, pela frequência de 450 MHz, as empresas serão obrigadas a oferecer acesso à internet com taxas de transmissão de 256 Kbps de download e 128 Kbps de upload, no mínimo.
O empresário Breno Masi, de 29 anos, já vem sentido a diferença entre as redes 3G e 4G desde meados de março, quando comprou o novo iPad, da Apple, e adquiriu um plano de banda larga nos Estados Unidos. “Hoje, o iPad com 4G é um parceirão”, diz o executivo da área de tecnologia, que usa o tablet com plano de US$ 50 mensais da AT&T para trabalhar em suas viagens mensais ao exterior. “Consigo fazer uma videoconferência, enquanto continuo trocando e-mails e navegando, numa boa, sem prejudicar a transmissão”, afirma.
Em um comparativo feito no Central Park, em Nova York, com o aplicativo SpeedTest, Masi registrou uma velocidade de acesso de 31 megabits por segundo (Mbps) de download e 15,25 Mbps de upload no acesso 4G pela operadora AT&T.
Dependendo da localidade, a espera do consumidor brasileiro pela banda larga móvel pode ser longa - até dezembro de 2019 - já que o cronograma da Anatel exige tanto a atualização para a oferta do acesso 4G como a obrigatoriedade de acesso 3G ou em tecnologia equivalente em todo o país. O leilão desta terça-feira também engloba faixas de frequência de 450 MHz destinadas ao acesso à internet em áreas rurais.
3,5G, tecnologia intermediária
Enquanto espera pelas redes móveis de quarta geração (4G), o consumidor brasileiro que optar por um aparelho compatível com a tecnologia High Speed Packet Access Plus (HSPA+) pode experimentar uma navegação mais rápida em relação ao 3G, nas redes das operadoras que já fizeram uma atualização para o 3,5G.
O novo iPad e o recém-lançado smartphone Samsung Galaxy S3 estão entre
os exemplos de dispositivos vendidos no Brasil que são compatíveis com a
tecnologia. "Agora com o 3,5G consegui navegar em um pico de velocidade
de 5 Mbps de download e 1 Mbps de upload", conta Masi, que possui plano
de dados da Vivo em seu tablet.
A tecnologia já está disponível nos pontos de acesso 3G da Vivo, no
território brasileiro e também é oferecida em 964 cidades pela operadora
Claro, desde o final de 2011. A TIM ativou o 3,5G em algumas regiões da
cidade de São Paulo e a Oi ainda não tem data para oferecer o serviço,
embora sua rede já esteja atualizada para o HSPA+ em 16 cidades.
Enquanto a tecnologia intermediária exige uma atualização de software das redes, a evolução para o serviço 4G requer uma nova infraestrutura para a oferta de dados. "Toda a parte de infraestrutura acaba sendo nova, então se deve começar a trabalhar do zero. Esse é o grande desafio de uma rede 4G hoje, porque a operadora, que é responsável por bancar a infraestrutura, tem que começar em todos os pontos que tem cobertura, e instalar uma rede nova", explica Rodrigo Ayres, gerente da LG no Brasil.
Enquanto a tecnologia intermediária exige uma atualização de software das redes, a evolução para o serviço 4G requer uma nova infraestrutura para a oferta de dados. "Toda a parte de infraestrutura acaba sendo nova, então se deve começar a trabalhar do zero. Esse é o grande desafio de uma rede 4G hoje, porque a operadora, que é responsável por bancar a infraestrutura, tem que começar em todos os pontos que tem cobertura, e instalar uma rede nova", explica Rodrigo Ayres, gerente da LG no Brasil.
Confira a frequência do smartphone ou tablet 4G antes de comprar um aparelho no exterior |
|
---|---|
Brasil |
2,5 gigahertz (GHz) |
Estados Unidos |
700/800 megahertz (MHz) e 2,1 GHz |
Europa |
2,5/2,6 GHz |
Japão |
2,1 GHz |
China |
2,5GHz |
Sudeste asiático |
1,8 GHz |
De olho nos aparelhos importados
Ao avaliar a compra de um smartphone ou tablet com acesso 4G no exterior, o consumidor brasileiro precisa observar se o dispositivo funciona na mesma frequência que será adotada no Brasil (2,5 Ghz).
Ao avaliar a compra de um smartphone ou tablet com acesso 4G no exterior, o consumidor brasileiro precisa observar se o dispositivo funciona na mesma frequência que será adotada no Brasil (2,5 Ghz).
Nos Estados Unidos, por exemplo, a banda larga 4G opera nas frequências
de 800/700 MHz e de 2,1 GHz. Isso significa, por exemplo, que o iPad 4G
americano não será compatível com as redes 4G brasileiras. Ele vai
ficar, no máximo, no acesso 3,5 G, por aqui, mesmo quando tivermos as
redes 4G em funcionamento. O mesmo problema ocorre no Japão, que opera
com a frequência de 2,1 GHz e em países do sudeste asiático, nos quais a
frequência mais usada é de 1,8 GHz.
Já um aparelho comprado na Europa, onde a maioria dos países oferece
banda larga 4G na frequência de 2,5 GHz/2,6 GHz, ou na China, que também
opera em 2,5 GHz, pode ser compatíveis com as nossas redes 4G.
Segundo o GSMA Wireless Intelligence Service, mais de dois terços das
frequências usadas hoje para a oferta da banda larga 4G estão na faixa
de 700/800 Mhz. No Brasil, essa faixa de frequência é hoje ocupada para a
transmissão do sinal de TV analógica e deve ser liberada até 2016 com a
migração completa para o Sistema Brasileiro de Televisão Digital
Terrestre (SBTVD-), de acodo com a Anatel.
Banda Larga fixa versus móvel
O acesso 4G deve acelerar ainda mais o movimento crescente de adesão às redes móveis pelos brasileiros, seja pela busca de mobilidade, como por falta de opções de acesso via banda larga fixa, cuja expansão depende da infraestrutura de redes de TV a cabo, telefonia e fibra óptica, no país.
O acesso 4G deve acelerar ainda mais o movimento crescente de adesão às redes móveis pelos brasileiros, seja pela busca de mobilidade, como por falta de opções de acesso via banda larga fixa, cuja expansão depende da infraestrutura de redes de TV a cabo, telefonia e fibra óptica, no país.
Entre 2010 e 2011, o número de residências brasileiras com internet
móvel cresceu de 5% para 17%, segundo a pesquisa TIC Domicílios
realizada pelo Comitê Gestor da Internet Brasileira. “É uma ótima
notícia já que o consumidor terá uma opção mais rápida à banda larga
fixa”, afirma João Paulo Bruder, analista de telecomunicações da
consultoria IDC Brasil.
O empresário Breno Masi já usa a banda larga 4G em viagens aos EUA (Foto: Guilherme Tosetto/G1) |
Segundo dados da Anatel, no primeiro trimestre deste ano, 52 milhões de
dispositivos estavam conectados à internet pelas redes 3G no Brasil,
incluindo celulares, computadores portáteis e máquinas para pagamentos
com cartão de crédito e débito. Os pontos de acesso à banda larga fixa
somaram 17,3 milhões no mesmo período, segundo o estudo "Balanço de
Banda Larga" feito pela consultoria Teleco.
A empresa de TV por assinatura via satélite Sky já oferece banda larga
4G em substituição ao serviço fixo. Atualmente, o Sky Banda Larga está
disponível apenas em Brasília, mas a empresa informa que a cobertura
deve se estender para as outras cidades onde possui licença para operar
serviços de comunicação de dados (SCM). O serviço de 2 Mbps custa R$ 80
mensais e o de 4 Mbps, R$ 100 - excluindo os pacotes com TV por
assinatura.
Na avaliação de Rodrigo Ayres, que experimentou recentemente a banda
ultrarrápida na Coreia do Sul, a banda larga móvel de quarta geração é
impactante. “Acessei um serviço lá de conteúdo sob demanda em alta
definição e assisti a um arquivo bem grande, da ordem de Gigabytes, em
tempo real, sem perceber quando começou e terminou o download. Aí está o
potencial para não ser apenas uma solução para smartphone", alerta o
executivo.
Para quem trabalha o tempo todo conectado, como Masi e um número cada
vez maior de brasileiros, banda larga móvel é um serviço essencial.
“Hoje dependo 100% da rede para sobreviver. Com o 4G, nos Estados
Unidos, não tem mais como dizer que você não está acessível para
reuniões. Então posso até esquecer a carteira em casa, mas não fico sem o
smartphone ou o tablet”, conclui.
[Globo]
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