29 de junho de 2012

Laboratório flutuante consegue financiamento para sair do papel

O projeto do navio futurista SeaOrbiter conseguiu o financiamento necessário para tornar-se realidade e começará a ser construído ainda este ano. O francês arquiteto marinho Jacques Rougerie é o responsável pela criação do laboratório de pesquisa flutuante. Sua inspiração vem de exploradores do oceano, como Jacques Cousteau e do Tektite, laboratório experimental de cápsula subaquática. Segundo Rougerie, o SeaOrbiter, cuja função é observar a vida marinha e a interação entre o oceano e a atmosfera, foi projetado para ser levado pelas correntes e ter uma vida útil de 15 anos.
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SeaOrbiter (Foto: Divulgação)

O financiamento obtido para a construção do navio foi de US$ 52,7 milhões. O valor permitirá ao projeto produzir uma quantidade gigantesca de dados sobre o aquecimento global e biologia marinha ao redor do planeta. “Todas as questões técnicas estão resolvidas, toda a modelagem foi realizada”, conta o diretor de mídia e educação do projeto SeaOrbiter, Ariel Fuchs. “Nós reunimos apoio institucional e industrial há cinco ou seis anos, e tem sido um verdadeiro projeto institucional e financeiro nos últimos dois anos.”

A construção do navio deverá custar em torno de US$ 43 milhões. O SeaOrbiter foi projetado para medir cerca de 50 m de altura. Para estabilizar o navio, no entanto, mais da metade do veículo ficará abaixo da superfície (como um submarino), fornecendo todos os tipos de sistemas de coleta e ferramentas úteis. Deste modo, será possível um estudo atmosférico e subaquático constante.

A embarcação, além de parecer com um equipamento de ficção científica, é 100% sustentável. A força motriz do navio foi planejada para considerar energias eólica, solar e ondas combinadas com biocombustível, no caso da natureza não cooperar – quando o navio não está à deriva por meio de correntes oceânicas, por exemplo. “Ele cumpre as exigências da filosofia atual de sustentabilidade”, disse Fuchs.

Dentre os muitos patrocinadores do SeaOrbiter, estão a oceanógrafa Sylvia Earle, o ex-administrador da Nasa Dan Goldin e o astronauta Jean-Loup Chrétien. O projeto também conta com o apoio institucional da Agência Espacial Europeia, bem como de outras organizações industriais.

O projeto, que ficou 12 anos como conceito, já concluiu a fase de design industrial e o início da sua construção está previsto para outubro deste ano. Depois de pronto, o navio deve sair de Mônaco – o mesmo lugar onde Jacques Cousteau começou suas missões. “Ele foi projetado para explorar o oceano em um novo caminho, principalmente passar tempo no fundo do mar”, completou Ariel Fuchs.

[Techtudo]

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