Nova geração do CR-V chega ao Brasil em abril de 2012
Apesar
de ter sido gravemente afetada pelos desastres naturais em 2011
(primeiro no Japão, depois em sua fábrica na Tailândia), a Honda
aposta em seus recentes lançamentos para retomar o ritmo de vendas pelo
mundo e restaurar a imagem de marca excitante. Isso porque, nas
palavras dos próprios engenheiros da empresa, os consumidores têm
reclamado que a Honda perdeu a ousadia e assumiu projetos mais
funcionais e sem energia.
Três novidades apontam alternativas para o futuro da marca. E Autoesporte pode avaliá-las na pista de competição da Honda em Motegi, no Japão.
Desenho do conjunto de luzes na coluna traseira é curvo e ajuda a dar ao CR-V uma aparência mais compacta
Honda CR-V 2012
Uma
das principais apostas da marca para o mercado brasileiro, o utilitário
esportivo chega às lojas nacionais em abril do ano que vem e reserva
algumas surpresas. O principal cuidado da Honda foi de afastá-lo da
imagem de minivan, assim, o console central deixou de ser dividido e
agora é integrado ao painel. O espaço do motorista ficou um pouco mais
“apertado”, com posição de dirigir e painel de instrumentos passam a vir
do novo Civic. A decisão foi acertada, e deixa o CR-V com menos cara de carro de família tradicional.
Mas
não pense que, por isso, o modelo deixou de ser amigável para os
ocupantes. O piso totalmente nivelado é confortável, e o espaço para as
pernas nos bancos traseiros e dianteiros são generosos. As portas abrem
em um ângulo de 90º, facilitando muito o acesso e a saída do carro,
mesmo com a altura em relação ao solo.
Volante está do lado direito, mas versão nacional manterá espaço para motorista mais restrito, sem perder conforto
E já que o tema é facilitar, em uma coisa o CR-V
vai dar muito o que falar. É no simplíssimo sistema de rebatimento do
banco traseiro. Basta puxar uma alavanca lateral para que a fileira
traseira se desencaixe e se recolha, ampliando o espaço para bagagem. O
processo é realmente rápido e intuitivo, mesmo para retornar os bancos à
posição original. As famílias, afinal, também não terão do que
reclamar.
A versão avaliada por Autoesporte
tinha motor 2.4 (e volante do lado direito), que atendeu bem às
exigências do curto percurso (com dois e três ocupantes). O câmbio tem
respostas bem rápidas, em grande parte graças ao sistema sem CVT
aplicado pela Honda. Com o porta-malas cheio, é difícil imaginar que a
versão 2.0 vá dar conta de rotinas mais exigentes.
O
acabamento fica devendo, mesmo na versão top de linha. Há alguns cortes
de custos visíveis no uso de texturas do painel e das portas, mas nada
que afete o projeto. O CR-V só melhorou.
Alavanca posicionada na lateral do porta-malas permite rebatimento rápido e prático dos bancos traseiros
Honda Civic Hatch
O novo Civic acaba de ser lançado no Brasil e muita gente ficou infeliz: a versão Si
não terá vez com esta nova geração. Some isso ao visual mais
conservador e lá se vão as esperanças dos fãs mais esportivos do
japonês. É uma pena, então, que sua versão hatch não tenha previsão para
chegar ao Brasil.
O modelo impressiona já no visual, com
recortes mais ousados que parecem uma evolução natural da geração
anterior. A traseira tem soluções bem legais, como o conjunto de luzes
integrado pelo aerofólio que recorta o vidro e o sistema de abertura de
portas traseiras que, com maçaneta oculta, praticamente transforma o Civic Hatch em um cupê.
Designers da marca vêem Civic europeu como resposta à versão conservadora lançada nos EUA
No
interior, o desenho segue impressionando. A Honda criou uma cabine
envolvente que torna a posição de dirigir quase similar a de um piloto.
Console central, painel e porta são integrados por um desenho em arco
que também é repetido no painel de instrumento e nos traços do volante.
Una isso ao banco quase concha e terá um carro que praticamente exige
uma condução mais animada.
“Dividimos a área de visão do
motorista em interfaces diferentes. A de direção inclui volante,
controle de janelas, painel de instrumentos, acompanhando o foco do
motorista na pista. Já a interface de informação fica no painel central,
com os displays na área superior e os botões que facilitam o controle
mais para baixo”, explica Daisuke ToriyamaDaisuke Toriyama, designer do
modelo.
Interior do Civic Hatch resgata esportividade e se afasta de modelos recentes da marca
Autoesporte
acelerou a versão com motor 2.2 a diesel, mas ele também é oferecido em
opções 1.4 e 1.8 a gasolina (esta última com 142 cv a 6.500 rpm e 17,7
kgfm a 4.300). Assim como a versão sedã nacional, o Honda Civic Hatch
2012 traz o botão Econ em seu painel, que promete reduzir em até 10% de
seu consumo, sacrificando um pouco o seu desempenho (de maneira
sensível, diga-se).
Com dificuldades impostas pelo IPI e as fracas vendas da versão esportiva do Civic na última geração, é difícil acreditar que a Honda vá ter a ousadia de colocar um Si na traseira do hatch e vendê-lo entre o crescente mercado de cupês no Brasil. Mas seria uma aposta digna de quem lançou o Si original.
Honda Brio pode ganhar versão nacional a partir de 2013, mas mudanças no projeto são incertas
Honda Brio
A Honda tem um popular. E é um bom carro. Trata-se do Brio,
projeto produzido e vendido na Tailândia para competir em um segmento
que é tão concorrido quanto no Brasil. Desde seu lançamento, já se
tornou um sucesso e chegou à Índia para explorar o mercado local. No
Brasil, seu futuro ainda é incerto. Havia a possibilidade de importação,
resfriada com a nova regra de IPI. Agora sobra a produção nacional a
partir de 2013, mas, segundo o presidente global da marca, Takanobu Ito,
pesquisas realizadas no país indicaram que o pequeno porta-malas seria
rejeitado pelos potenciais compradores. A solução poderá ser uma
reformulação do projeto, específica para o país.
Isso
poderá ser uma pena, já que, apesar de o porta-malas realmente ser
pequeno (150 litros), o projeto é bem pensado para o uso urbano. O Brio
é realmente compacto, com 3,61 metros de comprimento, por 1,68 m de
largura, 1,48 m de altura e 2,34 m de distância entre os eixos. Mas seu
interior é bem confortável, não apenas pela distribuição, mas também na
ergonomia dos bancos e painel. Ele comporta quatro adultos com
tranquilidade, embora sem muitos agrados.
Tampa do porta-malas inteira em vidro dá ar mais moderno ao projeto, assim como vincos nas laterais
O
acabamento realmente é equivalente ao de um popular (ele custa cerca de
R$ 15 mil na Índia), com alguns encaixes irregulares e texturas bem
simples nas portas e no console. Ainda assim, a Honda demonstrou
preocupação no desenho geral das peças e de detalhes como os
porta-objetos, usando à favor a simplicidade necessária para produção de
um carro de baixo custo.
A versão avaliada tinha motor
1.2 de 89 cv, feito na Tailândia, e respondeu bem em um carro com dois
ocupantes. As respostas do câmbio automático são boas, desde que o
motorista pense em um uso estritamente urbano. O computador de bordo
indicou um consumo médio de 15 km/l no percurso de pouco mais de 10 km, e
as pequenas subidas e curvas foram enfrentadas sem maiores
dificuldades. O barulho do motor, porém, vazou para a cabine sem dó nas
aceleradas mais fortes.
Interior não tem requintes, mas oferece conforto na medida para uso diário em trechos curtos
Então fica evidente que o Brasil não tem muito de Tailândia ou de Índia. Enquanto, por lá, o Brio atende muito bem como primeiro carro da família, na terra do Gol e do Palio
um modelo como este realmente pode não dar conta. Mas seu estilo
moderno, com tampa do porta-malas de vidro, vincos que vão da dianteira
às laterais e combinações de cores vibrantes pode colocá-lo bem ao lado
de Kia Picanto e Fiat 500.
Isso, é claro, cuidando de reposicioná-lo e trabalhar melhor seus
opcionais e acabamentos. Só vai depender, é claro, do que a própria
Honda quer para o seu futuro no país.
Porta-malas do Brio tem capacidade para 150 litros, segundo Honda
[Autoesporte]
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