Previsões são do country manager da Qualcomm e também incluem o fechamento de acordos com duas operadoras para adoção da tecnologia HSPA+
A fornecedora de semicondutores 3G Qualcomm aposta que, até o fim deste ano, duas operadoras de telefonia móvel com quem já trabalha no Brasil devem adotar a tecnologia HSPA+, que permite expandir a capacidade de transmissão das redes. Impulsionado pela demanda do mercado e também pelos incentivos do governo, o setor de banda larga móvel tende a apresentar um crescimento maior do que o registrado nos últimos dois anos. “As operadoras estão levando banda larga móvel para pequenas cidades, sendo que esse será o único tipo de conexão disponível em muitos lugares”, comentou, durante a Mobile World Congress 2010, Paulo Breviglieri, country manager da Qualcomm no Brasil, para comprovar que esse tipo de tecnologia não será usado somente por grandes clientes nacionais.
Segundo ele, as operadoras foram surpreendidas pelo aumento brutal do tráfico móvel, desde que a terceira geração (3G) foi lançada, e agora afrontam o desafio de atualizar sua infraestrutura. Neste sentido, a Qualcomm aposta na venda da tecnologia HSPA+. “Muitas operadoras sabem que na ponta se pode evoluir a capacidade de forma mais simples, o grande problema é o aumento na capacidade de transmissão, crucial para a qualidade da rede”, pondera o executivo.
A Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas de 2016 devem impulsionar a evolução desses ambientes, na visão de Breviglieri. “O mercado terá de posicionar-se para atender o aumento de tráfico que ocorrerá nestes anos. Os meios de comunicação estrangeiros necessitarão de estruturas de acesso a vídeo e conteúdo multimídia”, avalia o executivo. Por esse motivo, o cronograma de evolução dos ambientes das operadoras nao pode atrasar-se. “O primeiro passo é a atualização da estrutura 3G e, mais adiante, será preciso adotar tecnologias 4G”, explica Breviglieri. Ele lembra que os investimentos em 3D sao marginais e que os recursos não serão desperdiçados no momento da chegada do 4G. “Sao estruturas paralelas, que vão coexistir”, reforçou.
Hoje, a única faixa disponível no Brasil para rodar essa modalidade de comunicação é a de 2,5 Ghz. Já houve uma iniciativa direta da Anatel para destinação da faixa e o country manager espera que até o fim do ano a fase regulatória seja finalizada. O próximo passo seria implementar as tecnologias de 4G / LTE nas operadoras, processo que pode tardar cerca de dois anos. “Acredito que até 2012 já teremos uma implementação de LTE no Brasil”, calcula.
Já com relação aos smartphones, outra aposta da Qualcomm, também há expectativa de aumento de vendas. De acordo com Breziglieri, os aparelhos representam 20% do total de celulares vendidos no Brasil hoje, em comparação aos cerca de 4% registrados entre 2008 e 2009. “Antes o público-alvo eram altos executivos e agora o uso foi ampliado para toda a população”, assegura o country manager, complementando que em até três anos um de cada três aparelhos vendidos será smartphone.
De outro lado, Breviglieri assegura que haverá existindo espaço para os celulares simples. “A empresa Modu acaba de lançar um aparelho pequeno com um módulo principal que funciona com jackets com distintas interfaces de uso, incluindo desde um simples telefone até funções mais complexas”, destacou para comprovar sua afirmativa.
Durante o World Mobile Congress, em Barcelona, uma das discussões mais polêmicas tem sido a questão dos múltiplos padrões existentes na área de mobilidade que, de acordo com especialistas, atua como um entrave para desenvolvimento do mercado. “Todas as companhias defendem o uso de uma só plataforma: a sua. E isso demonstra que existe espaço para mais de um padrão. A questão é: quem continuará a existir?”, indagou. Para ele, a solução é investir em acordos como o que acaba de ser anunciado durante o evento na capital catalã.
Nessa iniciativa, 24 operadoras de telecomunicações criaram a aliança Wholesale Applications Community, que prevê a construção de uma plataforma aberta que fornecerá aplicações para celulares. LG, Samsung e Sony Ericsson apoiam a medida, sendo que entre as operadoras envolvidas na ação estão Telefônica, Orange, Telecom Itália, Sprint, Verizon Wireless, VimpelCom, Vodafone e Wind. A carteira de cliente dessas empresas soma cerca de três mil milhões de usuários.
Passados os momentos críticos da crise econômica, Breviglieri garante, por fim, que a subsidiária brasileira foi pouco afetada. Como efeito mais imediato, aponta os efeitos da variação cambial que, entre final de 2008 e começo de 2009, fez com que operadoras investissem a verba disponível em equipamentos mais econômicos, já que os avançados ficaram muito caros por conta da alta do dólar.
[Techlider]
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Digite aqui seu comentário.