Passamos algumas horas com os olhos grudados nas telas e tiramos a dúvida
Comparar os recursos do iPad com os do Kindle seria covardia. Mas as perguntas que mais ouvimos dos leitores durante o teste do tablet foram “esse treco é bom para ler?”, “a tela brilhante não cansa os olhos?” ou ainda “o Kindle já era?”.
Portanto, estabelecido que o iPad é, sim, um concorrente do leitor da Amazon em sua função essencial (exibir livros na tela), colocamos os dois frente a frente para ver quem é que manda.
Enquanto o tablet possui um LCD touchscreen de
Além de não cansar a vista, a tela do leitor de e-books não reflete as luzes do ambiente – se você curtir ler ao ar livre, com a luz do sol batendo em seu rosto, vai conseguir usá-lo numa boa. Em contrapartida, quem gosta de ler no quarto, deitado na cama, terá de acender as luzes à noite para enxergar as letras. Já o iPad reflete até as luzes mais tímidas e cansa após um período de uso entre uma e duas horas.
Quando se fala em software, o Kindle nem se compara ao brinquedo da Apple. Mesmo porque o tablet permite escolher entre várias opções, como o FreeBooks, um aplicativo do próprio Kindle e o melhor de todos, o iBooks. Neste último, a fabricante mostra o que faz de melhor, simulando no mundo virtual a experiência de pegar um livro na estante, abri-lo e folheá-lo, com animações bonitas.
A única coisa que o Kindle tem e o iBooks fica devendo é a opção de fazer notas no rodapé, recurso ainda mais interessante por causa do teclado QWERTY físico do modelo International, vendido no Brasil. No mais, o leitor da Amazon se mostra lento para virar as páginas e não permite alterar o tipo de fonte utilizado, mas apenas seu tamanho.
Leitura além dos livros
Uma vantagem do Kindle é que a conta da conexão 3G é paga pela própria Amazon, mas dá para navegar apenas pela livraria virtual e pela Wikipédia americana. Já no iPad é você quem paga a internet, mas pode acessar qualquer página e baixar milhares de aplicativos, inclusive os desenvolvidos por jornais e revistas, que garantem uma experiência multimídia rica, com integração de áudio e vídeo.
Às vezes, o conteúdo que desejamos ler não está em livros e revistas, mas
No quesito autonomia, os dois mandam muito bem. O Kindle suporta dois dias de uso ininterrupto, enquanto o iPad aguenta 11 horas – uma diferença plenamente justificável, levando em consideração que a tela da Apple e os demais recursos consomem naturalmente muito mais bateria.
Ambos também têm um ponto negativo em comum, talvez o mais grave de todos: praticamente ignoram a língua portuguesa. Só que no iPad isso é mais fácil de ser resolvido. Basta que os próprios produtores de conteúdo desenvolvam aplicativos especiais para o aparelho.
A última semelhança: nenhum deles é baratinho. Contando a conversão da moeda e o envio do produto ao Brasil, o Kindle sai por 958 reais. O tablet da Apple deve chegar por aqui apenas no segundo semestre, mas já custaria um valor parecido mesmo sem os impostos inclusos. Algo justo, dada sua superioridade na parte técnica e na usabilidade. Lá fora, ele é vendido a partir de 499 dólares. Alguém tem um palpite de quanto vai custar no Brasil?
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