Os arquitetos do escritório Zaha Hadid aterrissaram em Tóquio para
deixar sua marca. E tudo indica que essa aterrissagem é literal, já que o
Estádio Olímpico Nacional – aberto desde 1958- ganhará um design
futurista, semelhante a uma nave espacial.
O Comitê Olímpico do Japão escolheu a empresa em uma licitação que
envolveu outros dez candidatos. Sua tarefa é reformular a sede dos
principais eventos, da abertura e do encerramento dos Jogos Olímpicos de
2020. Há outro fator que motiva a reforma do estádio: em 2019, o Japão
sediará o mundial de rúgbi, e pretende contar com o novo espaço para os
jogos do campeonato.
O que levou Zaha Hadid a ganhar a licitação? Tudo indica que o júri
ficou maravilhado com a elegância do teto corrediço, da altura da
abóbada central (um desafio para os engenheiros japoneses, segundo os
arquitetos) e aspectos amigáveis ao meio ambiente, como o aproveitamento
de águas residuais, a inclusão da calefação geotérmica e o resfriamento
do recinto com água da chuva. O fator quantidade também pesa: a reforma
pretende abrir espaço para 80 mil torcedores. “O design é inovador e
fluido, e expressa o dinamismo próprio dos eventos esportivos”, descreve
o comitê japonês.
O segredo do sucesso
Tóquio não chegou em sua melhor forma à definição da sede olímpica,
que aconteceu em Buenos Aires há alguns dias. Sua preparação superava a
de Istambul, que contava com poucos dos requisitos exigidos pelo Comitê
Olímpico Internacional, mas não tinha a infraestrutura variada de Madri.
Além disso, havia a desvantagem da proximidade com a usina de
Fukushima, cenário de um acidente nuclear em março de 2011.
Contrariando todos os prognósticos, o diferencial que impressionou os
jurados foi a proposta logística dos japoneses, que combina as glórias
do passado com novas injeções de capital. Tóquio se destacou dos outros
candidatos pela magnitude dos investimentos: nada menos que 5 bilhões de
dólares. Embora seja uma soma significativa, ainda não se compara ao
custo dos Jogos de Londres 2012 (19,8 bilhões) e Pequim 2008 (23,7
bilhões).
O custo menor se deve à aposta na renovação de antigos estádios, em
vez da construção de instalações novas. A proposta de Zaha Hadid é
emblemática porque se concentra no Estádio Nacional, mas o Nippon
Budokan e o Ginásio Metropolitano de Tóquio também serão submetidos a
uma renovação de imagem.
Também estão previstos grandes investimentos na região central da
cidade para economizar energia e tempo de deslocamento. A Vila Olímpica
será construída perto do porto, e depois dos jogos, será transformada em
um complexo residencial.
O que você achou da escolha de Tóquio para os Jogos Olímpicos de 2020?
[Uol]
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