5 de novembro de 2011

UHDTV, perto da realidade

Ainda não está confirmado, mas é possível que assistamos na CES, em janeiro, à estreia oficial do sistema UHDTV (“TV de Ultra-alta Definição”), o próximo passo na evolução das imagens em vídeo. Digo, “estreia oficial” para um público fora dos ambientes estritamente acadêmicos e/ou científicos. Em setembro, representantes de vários setores da indústria se reuniram em Amsterdam (Holanda), durante o evento IBC, e chegaram a um acordo sobre as características técnicas do novo padrão.
No ano passado, houve a primeira transmissão internacional usando UHDTV, promovida pela emissora estatal japonesa NHK em parceria com a britânica BBC e a italiana RAI. Os técnicos do grupo de estudos formado pela UIT (União Internacional de Telecomunicações) conseguiram enviar sinal desse tipo de Londres para Tóquio, com qualidade perfeita, demonstrando a viabilidade do padrão. Agora em setembro, a experiência foi repetida, entre Londres e Amsterdam (foto). “Vai ser uma nova revolução na televisão, alterando completamente a percepção audiovisual do telespectador”, prevê Christoph Dosch, coordenador do grupo.

Também chamado “Super HiVision”, o padrão de ultra-alta definição vem sendo desenvolvido há pelo menos 15 anos – os primeiros estudos a respeito foram divulgados no Japão em 1995. UHDTV não deve ser confundido com os padrões 4K e 8K, que vêm sendo exibidos em eventos internacionais. Esta é uma tabela de referência sobre a resolução de imagem:
HDTV (padrão atual): 1.920 x 1.080 = 2.073.600 pixels
8K: 3.840 x 2.160 = 8.294.400 pixels
UHDTV: 7.680 x 4.320 = 33.177.600 pixels

Vejam que a diferença dessa imagem para aquela à qual estamos acostumados hoje é de aproximadamente 16 vezes!!! Mais ainda: o padrão UHDTV também trabalha com áudio de altíssima resolução – 22.2 canais, em frequência de 96kHz. Nas transmissões experimentais, utilizou-se uma frequência de vídeo de 120Hz, o que significa que os tais 33 milhões de pixels foram lidos 120 vezes por segundo. Imaginem a sofisticação dos processadores utilizados para essa leitura. Dizem os técnicos que esse “excesso de pixels” pode ter uma aplicação muito interessante: permitir a transmissão de conteúdos 3D sem que haja necessidade de óculos para perceber o efeito tridimensional.

Bem, a previsão dos técnicos é que tal sistema só ganhe uso comercial lá pelo ano 2020. Mas, se tudo der certo, equipamentos UHDTV farão no ano que vem a cobertura da Olimpíada de Londres, transmitindo parte do evento para alguns países, mais ou menos como foi a transmissão em 3D da Copa do Mundo de 2010, cujas imagens puderam ser captadas em cinemas com equipamento de recepção compatível.

[Orlandobarrozo]

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