25 de maio de 2011

Veíce

Vô contá como é triste, vê a veíce chegá:

Vê os cabelos caíno, vê as vistas encurtá.

Vê as pernas trunbicano, com preguiça de andá, vê “aquilo”esmorecendo, sem força pra levantá.

As carnes vão sumindo, vai pareceno as veia.

As vista diminuíno, e crescendo as sombrancêia

As oiço vão encurtando, vão aumentano as orêia.

Os ovos dependurando, e díminuíno a peia.

A veíce é uma doença que dá em todo cristão.

Dói os braço, dói as pernas, dói os dedo, dói a mão.

Dói o figo e a barriga, dói o rim dói o purmão, dói o fim do espinhaço, dói a corda do cunhão.

Quando a gente fica véio, tudo no mundo acontece.

Vai passano pelas ruas e as “meninas” se oferece.

A gente óia tudo, benze a Deus e agradece, corre ligeiro pra casa, ou procurano o INSS

No tempo que eu era moço, o sol pra mim briava, eu tinha mir namoradas, tudo de bom me sobrava.

As minina mai bonita da cidade eu bolinava, eu fazia todo o dia chegava o bichim desbotá.

Mas tudo isso passou, faz tempo, fico pra trais, as coisas que eu fazia, hoje não sô capaiz.

O tempo me robô tudo, de uma maneira sagaiz.

Pra falá mesmo a verdade nem trepá eu trepo mais.

Quando chega os setenta, tudo no mundo embaraça.

Pega a muié vai pra cama, aparpa beija e abraça, porém só faiz duas coisa, sorta peide e acha graça

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