13 de dezembro de 2010

Tablet X Notebook: O mercado tem espaço para os dois?

Com a chegada fulminante dos tablets no mercado, a pergunta que fica vagando na cabeça de alguns é: será que os tablets podem substituir o notebook? Bom, a resposta ainda não é definitiva, mas pelas conversas dos usuários, os tablets podem ganhar seu espaço sem concorrer com os notebooks, algo bem diferente do que apontam os recentes estudos de mercado.

Katia Weber, tecnóloga e usuária assídua da Apple, comprou seu iPad logo que o dispositivo foi lançado, e conta que tem usado o tablet todos os dias para consumir conteúdo, mas não para produzir. "Eu ouço música, leio um livro, mas é no notebook que preparo apresentações e edito conteúdo", diz. O mesmo acontece com outros usuários como Lorenzo Mendoza, gerente de novos negócios de uma agência de publicidade, que confirma que o notebook é para produzir e o tablet é para consumir. Já Zina Vishnevsky, diretora comercial, foi além: desde que comprou o tablet da Apple esqueceu o seu notebook de casa. Continuou usando o notebook apenas no trabalho, inclusive em reuniões. "Pra mim, o iPad tornou-se meu companheiro de entretenimento e o note continua sendo sinônimo de trabalho", explica.

Apesar dos depoimentos de alguns usuários, os estudos mostram o contrário. Uma pesquisa realizada pela Morgan Stanley Research, divulgada em setembro deste ano pela CNN Online, aponta que as vendas de notebooks nos EUA apresentaram alta queda, conforme gráfico acima. A IDC, instituto de pesquisa, também acredita que os tablets podem afetar inclusive o mercado brasileiro, porém somente em 2012. Conforme publicado recentemente, a canibalização esperada é principalmente em cima dos netbooks.

Segundo Katia, ela só ficaria sem notebook e apenas com o iPad se tivesse um desktop com computação em nuvem, algo que ainda não entrou com tudo no Brasil. Porém, levar seus conteúdos para qualquer lugar ainda é o ideal. Já Zina acredita que terá espaço para tudo. "Acho que as vendas dos notebooks caíram porque a maioria das pessoas já tinha um em casa ou no trabalho, e preferiu comprar o iPad que era uma grande novidade", argumenta.

O pensamento de Zina faz sentido se analisarmos que com menos de dois meses de lançamento, o tablet da Samsung, o Galaxy Tab, já alcançou a marca de um milhão de vendas. E o iPad, que chegou no Brasil há três dias, já estava esgotado em algumas lojas apenas 24 horas após o lançamento. "Comprei [o iPad] para ver como que era e tinha esperança que me seria útil", conta Lorenzo.

As pessoas conhecidas como early adopters, ou que adotam rapidamente novas tecnologias, muitas vezes não sabem qual será o propósito da compra, porém não resistem a uma inovação. O quesito curiosidade acaba aumentando as vendas e consequentemente mexe com o mercado. Ainda que ninguém saiba ao certo qual será o futuro dos tablets, uma coisa é inegável: eles se tornaram um marco da tecnologia.

[Olhardigital]

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