18 de março de 2010

“The Pacific”, a série mais cara da história, estreia nos EUA

“The Pacific”, a série televisiva mais cara da história, com um orçamento de US$ 200 milhões e com a presença de Steven Spielberg e Tom Hanks como produtores executivos, estreia hoje à noite nos Estados Unidos no canal “HBO”.

Trata-se de uma minissérie de dez capítulos e cerca de 600 minutos de duração que reconstitui a memória pessoal de três marines americanos (Robert Leckie, John Basilone e Eugene Sledge) durante o conflito entre EUA e Japão no litoral do Pacífico em plena Segunda Guerra Mundial.

Na série, os responsáveis por retratar esses personagens são os atores James Badge Dale, Jon Seda e Joe Mazzello – o menino protagonista de “Jurassic Park” (1993), produção também de Spielberg.

A base do enredo de “The Pacific” é semelhante à já tratada por Spielberg e Hanks, primeiro como diretor e protagonista em “O Resgate do Soldado Ryan” (1998) e depois, novamente como produtores executivos, na minissérie “Band of Brothers” (2001), também transmitida pela “HBO”.

No final de fevereiro, foi transmitido o primeiro capítulo de “The Pacific” no Teatro Chinês de Hollywood, em um evento que ambos assistiram.

“Estou orgulhoso de que a “HBO” nos dê a oportunidade de contar algumas das histórias. Não todas, já que há milhões que ocorreram no Pacífico”, manifestou Spielberg.

Diferente de filmes como “Pearl Harbor” (2001), onde se glorificava a reação americana diante do ataque do Japão à base naval dos EUA no Havaí, a série pretende homenagear os heróis americanos, mas também abordar a tragédia dos inimigos.

“Queríamos homenagear a coragem dos marines americanos na batalha”, disse recentemente Hanks à revista “Time”. “Mas também queríamos que as pessoas dissessem: ‘não sabíamos que nossas tropas fizeram isso aos japoneses’”.

Mais de 100 mil pessoas morreram quase instantaneamente em Hiroshima quando a bomba atômica lançada na manhã de 6 de agosto de 1945 pelo bombardeiro americano Enola Gay explodiu sobre o centro da cidade japonesa.

Ao final de 1945, o número de mortos subia para 140 mil em uma cidade cuja população nessa época não passava de 350 mil pessoas.

Em 9 de agosto de 1945, três dias depois do ataque contra Hiroshima, os EUA lançavam outra bomba atômica na cidade japonesa de Nagasaki. As tragédias acabaram precipitando a rendição incondicional do Japão na Segunda Guerra Mundial.

Após o ataque a Pearl Harbor, os EUA entraram na Segunda Guerra Mundial e, nos três anos e meio seguintes, o país mobilizou mais de 16 milhões de soldados, dos quais mais de 400 mil morreram e 672 mil ficaram feridos em batalhas no mundo todo.

A entrevista de Hanks à “Time” provocou certa polêmica em alguns setores da sociedade americana devido à comparação que o ator faz entre a Segunda Guerra e os atuais conflitos no Iraque e no Afeganistão.

“Na Segunda Guerra Mundial, víamos os japoneses como ‘amarelos com olhos puxados’ que acreditavam em vários deuses. Eles queriam nos matar porque nosso estilo de vida era diferente. E nós, em resposta, quisemos aniquilá-los porque eles eram diferentes. Soa familiar ao que ocorre hoje em dia?”, perguntou-se Hanks.

O presidente americano, Barack Obama, figura entre os poucos privilegiados que já puderam ver uma prévia da série.

Na quinta-feira passada, Obama se reuniu na sala de exibições da Casa Branca com Hanks e Spielberg para ver os primeiros minutos da produção junto com a primeira-dama, Michelle Obama, o Conselheiro de Segurança Nacional, Jim Jones, e vários membros do Congresso.

Não se soube se a Obama agradou a série. Soube-se apenas que Hanks prometeu presentear a Casa Branca com uma nova máquina de café expresso, após constatar que a entregue aos assessores de imprensa em 2004 já está “nas últimas”.

[Infoseries]

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