22 de outubro de 2009

HTC Magic, O Primeiro Android Brasileiro

Testamos o aparelho. Conheça o novo sistema operacional

Tão logo se tem o Magic em mãos, nota-se algo muito diferente dos outros smartphones touchscreen: a fluidez da tela. A rolagem é macia, as transições são suaves, a resposta ao toque é rápida e eficiente. Isso explica-se pelo fato da tela ser, como se diz no jargão técnico, capacitiva - como a do iPhone. Ou seja, ela foi projetada para interagir com os dedos do usuário. Não basta ser touchscreen, ter botões e ícones grandes - muitos aparelhos são assim, mas costumam até acompanhar canetinhas. Para ser capacitiva, é preciso que a área de toque seja compatível com dedos, e não pontas agudas. O Magic não apenas dispensa a canetinha como jamais funcionaria com uma! Sua resolução é de 320 x 480 pixels e possui sensor de movimento, ou seja: ele “entende” quando a tela está na horizontal ou vertical.

O Android, sistema operacional do Google, está nas entranhas do aparelho. O usuário não percebe isso, pois toda sua interação com o dispositivo é feita por meio da interface customizada pela HTC, a “HTC Sense UI”. O Magic brasileiro sai na frente, pois a Sense faz parte originalmente do Hero, o atual topo de linha dos Androids (recentemente lançado no exterior, e que conta com um hardware mais potente). E é o que faz toda a diferença: o Magic fica idêntico ao Hero.

A interface Sense é fantástica. Traz o maior nível de personalização que existe, o usuário faz o que quer com o aparelho. De cada lado da tela principal há 3 telas personalizáveis onde o usuário coloca o que quiser, em formato de widgets. Tudo tocando e arrastando com os dedos. Quando você “pressiona” um ícone ou botão virtual, o Magic faz uma vibração suave para “responder” ao seu comando.

O foco maior do aparelho é a comunicação voltada às pessoas. O usuário organiza seus grupos de pessoas em perspectivas. Eles são linkados de diferentes formas. Além disso, cada contato tem seu histórico próprio de emails, SMS e ligações trocadas. Os dados vão além dos dados básicos de endereço, telefone, email etc: lá tem também sua página do Facebook, seu álbum de fotos no Flickr, seu Twitter, e por aí vai. Aliás, um smartphone com Twitter nativo é novidade. No Magic ele se chama Peep.

Beleza e discrição

Ao pegar o Magic pela primeira vez, chama a atenção o tamanho e o peso - 116 gramas, leve para um smartphone do seu nível. O aparelho é fino e tem poucos botões, já que seu grande trunfo, a tela, precisa do maior espaço possível. De longe, ele pode até parecer um celular comum!

Há 4 botões físicos para atalhos: Home (para voltar sempre à tela inicial), Menu (que abre as opções de cada tela ou aplicativo), Voltar (para voltar à tela imediatamente anterior) e Busca (que funciona tanto para o sistema como um todo como para algum aplicativo específico). Mais abaixo, os 2 outros botões físicos para chamadas (o vermelho também liga e desliga o telefone).

O trackball luminoso facilita a vida de quem prefere rolar a tela com mais rapidez e selecionar opções, ao pressioná-lo. Ele pisca com veemência ao receber notificações, mas também fica com um piscar suave em modo stand-by. Nas laterais, somente um botão de volume à esquerda e atrás, a câmera de 3.2 MP com autofoco. Aliás, é importante que você tenha um cartão de memória microSD, caso contrário a câmera e o tocador de mídia não funcionarão. Ele não permite salvar esse tipo de dado na memória interna de 512 MB.

Na base do aparelho está o conector mini-USB para carregar a bateria, que também é o conector do fone de ouvido. Infelizmente, esse tipo de conector é padrão da HTC há um bom tempo. É bastante chato não poder usar fones de ouvido padrão, de 3,5mm. Fica-se preso ao fone proprietário! Felizmente o bluetooth é do tipo AD2P, e pode-se usar fones estéreo sem fio.

Configuração e uso

Logo que se configura o aparelho pela primeira vez, ele pede sua conta no Google e também customiza suas contas Exchange ou emails POP e IMAP. Em seguida, pede para configurar suas contas nas redes sociais - Facebook, Twitter, Flickr e Plurk - em que você estiver inscrito.

Em seguida, ele se conecta e faz o “trabalho pesado” sozinho. Adiciona no catálogo de endereços seus contatos do Google, puxa suas mensagens de email do Gmail, atualiza seus compromissos do GCalendar e deixa o GTalk, programa de mensagens instantâneas, pronto para ser usado: basta um toque para ficar online e sair conversando com os amigos.

A propósito: ter amigos virtuais e ser ativo em redes sociais é o grande “barato” do Magic. Ele também acompanha a vida social virtual deles. Na barra superior da home do Magic, que pode ser “puxada” como uma cortina, ficam as notificações. Além dos tradicionais “X mensagens novas, Y chamadas de voz, Z emails novos”, também aparecem quantos novos Tweets você recebeu e avisa que “Fulano postou nova foto no Flickr”. Sensacional!

No mais, ele tem todas aquelas coisas bacanas que nos simplificam a vida e surpreendem. O GPS é espertíssimo: usá-lo só para mapas é coisa do passado. Por exemplo, a previsão do tempo, em que você não precisa mais adicionar a localidade (o GPS sabe em que cidade você está), as fotos feitas são todas com geo-tagging (latitude e longitude são armazenadas junto com as informações da imagem) e podem ir automaticamente para a "nuvem". Depois, são auto-organizadas e visualizadas no aparelho num mapa, ou por eventos.

A busca também tem inteligência: possui um botão exclusivo na parte inferior do aparelho, e por ela acha-se qualquer tipo de informação guardada no aparelho: das caixas de email com diferentes perspectivas (filtros por assunto, anexos, etc) até o histórico de emails, SMS, Twitts e ligações que você trocou com determinada pessoa. Também fazem parte do pacote um navegador completo, com flash e opção de tela cheia, para se navegar por 3G ou wifi.

Loja de aplicativos

Outro grande ponto forte do Android: a loja de aplicativos. Nos mesmos moldes da loja da Apple, é possível procurar e baixar softwares diretamente no aparelho, bastando tocar no ícone do Android Market.
Na apresentação do HTC Magic à imprensa, o Google não deu as caras. Infelizmente, ainda não teremos uma loja oficial brasileiras, onde pode-se comprar aplicativos. Como consolação, temos a possibilidade de baixar os programas gratuitos à vontade. Mas lá há muitos demos em que não será possível adquirir depois, o que frustra muito a experiência. Mas pelo lado bom, nota-se que a loja de aplicativos está crescendo rápido, e a quantidade de programas gratuitos novos que lá surgem diariamente é enorme! Muitos apps consagrados no iPhone já tem sua versão Android, o que mostra a disposição dos desenvolvedores. Mas os desenvolvedores brasileiros, infelizmente, ainda não poderão trabalhar na plataforma até que o Google e a OHA (Open Handset Alliance), responsáveis pelo sistema operacional, tenham uma política de atuação comercial no Brasil.

Preços

A TIM saiu na frente com os Androids brasileiros, e o Magic já está disponível na loja virtual da operadora. Surpreendentemente, o Magic está no mesmo patamar de preços de topos de linha de outras fabricantes, como N97 e iPhone 3GS. Na modalidade pré-paga, R$ 2.349. No plano Infinity Pós 160 (com franquia mensal de R$ 124,90 para voz e 60 torpedos, mais R$ 49,90 para dados limitados) o Magic sai por R$ 1.699. O valor mais barato do aparelho, R$ 1.349, está vinculado ao plano Infinity 1000 (R$ 349,00 para voz e torpedos mais R$ 49,90 para dados ilimitados).

[Olhardigital]

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